O Grupo Potencial, produtor de biodiesel de soja, anunciou investimentos de R$ 600 milhões para ampliar a capacidade de sua instalação no município de Lapa, no Paraná. Assim, a expansão da planta vai elevar a fabricação para 1,6 bilhão de litros do biocombustível por ano. De acordo com a empresa, com isso, a fábrica na região metropolitana de Curitiba passará a ser a maior do mundo na produção do combustível derivado da soja. Atualmente, o complexo ocupa a quinta posição no ranking global.
A companhia revelou o projeto na terça-feira (8), durante a cerimônia de sanção da Lei do Combustível do Futuro, em Brasília, pelo governo federal. Nesse contexto, o plano de expansão da fábrica do Grupo Potencial conta com incentivo da nova legislação de descarbonização nacional. As obras na planta começam em 2025 e a conclusão está prevista para 2026.
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“A transição energética é um movimento global irreversível e nosso país está avançando significativamente para garantir a segurança jurídica, a previsibilidade dos investimentos no setor e, consequentemente, estabilidade na matriz energética”, afirma Carlos Eduardo Hammerschmidt, vice-presidente Comercial, Operacional e de Relações Institucionais do Grupo Potencial.
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Investimento na produção de insumos
A empresa informou ao Estradão que a produção anual na fábrica de Lapa vai crescer 80%. Com isso, passará de 900 milhões para 1,62 bilhão de litros de biodiesel. “Além do biodiesel, aumentaremos a produção de glicerina refinada para 100 mil toneladas por ano”, diz o executivo.
O Grupo Potencial é o maior fabricante de glicerina do Brasil e responde por 60% da produção nacional. Vale lembrar que a glicerina é um subproduto obtido durante a fabricação do biocombustível.
O óleo de soja, principal matéria-prima do biodiesel do Grupo Potencial, é outra área de interesse da empresa. Atualmente, a companhia também produz esse insumo e o volume aumentará nos próximos anos. Em paralelo ao novo investimento de expansão da planta de Lapa, o grupo paranaense está construindo uma nova esmagadora de grãos de soja no local.
De acordo com a empresa, a construção do complexo com a nova esmagadora, orçada em R$ 2 bilhões, ser concluída no primeiro semestre de 2026. “Produziremos aproximadamente 25 milhões de litros de óleo por mês e, ainda, vamos comprar aproximadamente 50 milhões de litros mensalmente para garantir nossa produção de biodiesel”, afirma Hammerschmidt.
O processo químico chamado transesterificação converte o óleo de soja em biodiesel. Esse método consiste na reação do óleo vegetal com um álcool (geralmente metanol) e um catalisador (hidróxido de sódio ou potássio). Além disso, nessa fase, o biocombustível se separa da glicerina, formada como subproduto da produção e aproveitada por diversos tipos de indústrias, como as fabricantes de cosméticos, alimentos e produtos farmacêuticos.