Mercado

Juros altos travam venda de caminhões pesados, diz Anfavea

A venda de caminhões é puxada pelos pesados, mas com alta dos juros, segmentos leves e médios começam a se destacar

Andrea Ramos

17 de mar, 2025 · 4 minutos de leitura.

Publicidade

Taxa de juros começa a impactar venda de caminhões pesados, diz Anfavea
Scania
Crédito:Fotos: Scania
Taxa de juros começa a impactar venda de caminhões pesados, diz Anfavea

A produção de caminhões no Brasil durante o primeiro bimestre apresentou crescimento de 10,5%. Do mesmo modo, os emplacamentos também cresceram 10,8%. Dessa forma, segundo a Anfavea, as montadoras produziram entre janeiro e fevereiro 20 mil veículos pesados de carga, ante as 18,1 mil unidades fabricadas em igual período em 2024.

Quando se destaca a venda desses modelos, o saldo é também positivo. Ou seja, a indústria emplacou 18,4 mil caminhões no período. Enquanto que em janeiro e fevereiro de 2024, foram 16,6 mil vendas.

Entretanto, conforme o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, os dados positivos ainda são reflexo da Fenatran, em novembro de 2024. Segundo o executivo, o mercado já sente os impactos do aumento da taxa de juros (Selic) nos novos negócios realizados a partir deste ano.

Nesse sentido, ao comparar os resultados de janeiro com os de fevereiro, há uma queda de 4,7%. No mês passado foram emplacados 9 mil caminhões ante 9,4 mil unidades entregues em janeiro.

Caminhões pesados podem perder participação nas vendas totais

Seja como for, o vice-presidente da entidade, Eduardo Freitas, reitera que algumas movimentações começam a acontecer no setor. Por exemplo, o segmento de caminhões pesados, que responde por mais de 53% das vendas totais da categoria, já mostra queda. E isso tem relação com os juros atuais. Afinal, por serem veículos mais caros, as vendas dependem de financiamento.


Em fevereiro, as marcas emplacaram 3.863 caminhões pesados. Para se ter uma ideia, isso representa queda de 20% em relação ao mês de janeiro. E quando se compara com fevereiro de 2024, há também queda de 10%. E no acumulado, ou seja, na comparação do primeiro bimestre deste ano com o mesmo período em 2024, a retração é de 1,4%.

"Além da taxa de juros ser o grande desafio, a taxa fixa do BNDES está em 16%, sendo o maior nível da história. Outro ponto é que os empresários ainda enfrentam o aumento no valor do diesel. E isso está impactando no frete", pontua Freitas.

Por outro lado, o VP da Anfavea diz que segmentos mais aquecidos neste ano, como o de consumo, sobretudo puxado pelo comércio eletrônico, estão bem. Como resultado, a venda de caminhões menores, leves e médios, está mais aquecida em 2025.

Siga o Estradão no Instagram!

Deixe sua opinião