Durante a última edição do Salão de Hannover, a Iveco apresentou a nova geração de caminhões equipados com os motores atualizados da FPT. Trata-se do Cursor XC13. Por ora, esse propulsor de 13 litros vai ser equipado com a tecnologia nos caminhões S-Way que rodam no velho continente.
Entre as novidades, o motor traz melhoria de performance. Assim, garantindo o melhor consumo de combustível. Além disso, conta com evoluções eletrônicas.
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Segundo o presidente da Iveco América Latina, Marcio Querichelli, no Brasil a Iveco vai iniciar estudos para definir o momento adequado para introdução do novo motor. Nesse sentido, vale lembrar que a Iveco introduziu a nova geração de caminhões S-Way na Fenatran em 2022. Ou seja, trata-se de uma nova linha e que começa a maturar no mercado.
“Além disso, por emissões ainda não há a necessidade de trazer o novo motor da FPT. Seria mais por uma evolução técnica. Porém, nada é para agora”, diz Querichelli.
Sobre o S-Way vendido no Brasil com o tradicional Cursor 13, o executivo diz que a marca está conseguindo confirmar junto ao cliente os bons resultados de consumo de combustível. Nesse sentido, há operações em que o caminhão está apresentando até 17% mais economia frente ao extinto Hi-Way. Outra razão para o executivo não ter pressa de trazer o novo motor. Mesmo porque ele pode encarecer o produto.
Caminhão a gás
No gás, a Iveco começa a alavancar as vendas do modelo S-Way com a tecnologia. O caminhão, introduzido no Brasil neste ano, contabiliza 28 unidades vendidas a um único cliente. Ou seja, a Cetric, localizada em Chapecó, SC, que atua no processamento de resíduos para a produção do biometano.
Com isso, Querichelli diz que a partir de agora a intenção é alavancar os volumes na linha de produção para, a partir de 2025, atender outros clientes. Nesse sentido, há negociações em andamento. Porém, a Iveco não detalha.
Do mesmo modo, há clientes brasileiros cotando o Tector a gás. Porém, em termos de volume e já com vendas em andamento, a Argentina está mais madura com relação ao modelo. Por essa razão, a Iveco não tem a intenção de nacionalizar a produção do semipesado a gás para Sete Lagoas, MG.
“De qualquer forma, para o Brasil a nossa perspectiva é positiva para o caminhão a gás. Mas ainda a demanda não está no nível que a gente espera, mesmo do S-Way que é produzido aqui. E isso ocorre pela falta de infraestrutura. Ou seja, o Brasil tem um potencial gigante. Mas a alavancagem da infraestrutura ainda é lenta”.
Venda de caminhão a gás vai crescer, mas depende da infraestrutura
Querichelli concorda que com a chegada de mais um fabricante de caminhão a gás no mercado, como a Iveco, ajuda a impulsionar o desenvolvimento de uma rede de abastecimento para a tecnologia a gás. Nesse sentido, a Iveco, em parceria com a Cetric, estuda desenvolver o projeto chamado Rota Azul.
Ou seja, implantar postos de abastecimento de biometano a cada 100 km em uma rota de 400 km que parte de Chapecó até quase a divisa com a Argentina. Além de atender a operação da própria Cetric, outros clientes donos de caminhões a gás com operação naquela rota também serão beneficiados.
“Eu tenho conversado muito com o governo. E no Brasil, o desenvolvimento da infraestrutura tem relação com o Mover. Por isso, é preciso criar incentivos para viabilizar o desenvolvimento. O custo de produção do gás é baixo. Mas as empresas produtoras têm que se sentir seguras para fazer investimentos. O papel do governo está em subsidiar e incentivar a criação da infraestrutura”, explica o presidente da Iveco.