A fabricante italiana Iveco Group N.V. firmou dois acordos de venda que alteram sua estrutura corporativa. A empresa anunciou, no dia 30 de julho, que vendeu sua unidade de veículos militares para a Leonardo SpA e que o restante de suas operações, voltadas à produção de caminhões e ônibus, será adquirido pela Tata Motors Ltd, o maior conglomerado automotivo da Índia.
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A Leonardo pagará 1,7 bilhão de euros, incluindo dívidas da empresa, para assumir o controle da Iveco Defence Vehicles (IDV). Já a Tata Motors desembolsará cerca de 3,8 bilhões de euros para assumir o restante da empresa, incluindo o controle da operação de veículos comerciais, bem como uma participação de 27% da holding Exor NV, da família Agnelli, fundadora da Fiat e atual controladora da Iveco.
Transações seguem estratégias distintas
A venda da IDV para a Leonardo, empresa italiana do setor aeroespacial e de defesa, atende a uma diretriz do governo da Itália, que buscava manter ativos estratégicos de defesa sob controle nacional. A IDV representa menos de 10% da receita total da Iveco, mas possui importância geopolítica e tecnológica.
Por outro lado, a aquisição do Grupo Iveco pela Tata Motors representa uma expansão da empresa indiana no setor de veículos comerciais. A Tata pretende integrar a Iveco a sua divisão de caminhões e ônibus.

O grupo indiano conduzirá a operação por meio da divisão TML CV Holdings PTE LTD, que fará uma oferta pública voluntária para comprar todas as ações ordinárias do Grupo Iveco por 14,1 euros cada.
Separação da IDV é pré-requisito para a conclusão da compra
A oferta pública da Tata está condicionada à cisão completa da unidade de defesa da Iveco. O processo inclui a separação jurídica e financeira da IDV. Dessa forma, o grupo indiano assumirá apenas os negócios relacionados à mobilidade comercial.
A direção da Iveco recomendou a aceitação da oferta da Tata aos seus acionistas. Além disso, a Exor NV, maior acionista da empresa, também apoiou a operação e anunciou que venderá sua participação integral no grupo. Em 2024, a Iveco registrou uma receita de 15,3 bilhões de euros, com aproximadamente 90% oriundos da divisão de caminhões e ônibus.

Atualmente, a companhia emprega cerca de 36 mil funcionários, sendo 40% da força de trabalho baseada na Itália. A empresa também mantém linhas de produção na França, Alemanha, Reino Unido, China e no Brasil. Procurada pelo Estradão, a divisão brasileira da fabricante não comentou sobre a negociação em e seus possíveis desdobramentos no mercado nacional.
A operação marca a segunda grande aquisição internacional da Tata no setor automotivo, depois da compra da Jaguar Land Rover em 2008 por US$ 2,3 bilhões.