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Holandeses criam eixo extra para aliviar peso dos caminhões elétricos

Solução adapta um eixo estreito entre os suportes do reboque dos caminhões elétricos para reduzir sobrecarga

Redação

18 de out, 2025 · 5 minutos de leitura.

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eActros, eixo elétrico na Europa para caminhões elétricos
eActros, eixo elétrico na Europa
Crédito:Estepe/Divulgação

Os novos caminhões elétricos do Grupo Volvo, apresentados recentemente, estão redefinindo os limites de tamanho e engenharia dos caminhões europeus. Com 7,5 metros de comprimento e autonomia de até 600 quilômetros, esses modelos têm distância entre os eixos de 4,1 metros. Assim, embora isso amplie o espaço para as baterias, também requer novas soluções para garantir segurança estrutural.

Para equilibrar o conjunto, a Volvo instalou um eixo adicional com rodas de 17,5 polegadas logo atrás do eixo de tração. Conforme a marca, isso foi necessário porque o motor elétrico e a transmissão agora ficam montados diretamente nesse eixo. Dessa forma, o peso concentrado aumenta o risco de haver sobrecarga.

Além disso, a fabricante providenciou um novo desenho, de forma a garantir bom desempenho aerodinâmico, Nesse sentido, há spoilers de até um metro instalados atrás da cabine. Seja como for, a capacidade de tracionar reboques convencionais foi mantida, mesmo com o aumento das dimensões.

eActros, eixo elétrico na Europa para caminhões elétricos
Com solução da empresa Estepe o pequeno eixo alivia o peso do eixo de tração - Estepe/Divulgação

Solução propõe eixo entre os suportes do reboque dos caminhões elétricos

Em razão disso, durante o evento E-Truck Experience, realizado na Holanda, a empresa local Estepe apresentou uma ideia diferente para o mesmo problema. Baseada no Mercedes-Benz eActros 600, sua solução também busca aliviar o peso sobre o eixo de tração. Porém, de forma mais compacta.


Em vez de adotar um eixo completo, a Estepe criou um eixo estreito, com rodas posicionadas próximas ao centro do chassi, entre as pernas de apoio do reboque. Essa configuração garante que o veículo continue dentro dos padrões de comprimento atuais, mesmo com o alongamento causado pelas baterias.

Todavia, ainda há dúvidas sobre o comportamento dinâmico dessa proposta. Durante manobras apertadas ou em rampas íngremes, o eixo adicional pode limitar a articulação do conjunto. A própria empresa reconhece que os testes em pista serão decisivos para confirmar os benefícios práticos da ideia.

Europa debate limites de peso e infraestrutura

Seja como for, a discussão sobre eixos adicionais ganhou força após a Comissão Europeia propor, em 2024, elevar a carga máxima por eixo para 12,5 toneladas em caminhões elétricos. A medida compensaria o peso das baterias e motores, mais pesados que os componentes de modelos a diesel.

No entanto, as autoridades alemãs se opuseram firmemente à proposta. O país teme que o aumento da carga comprometa pontes e estradas já envelhecidas. Por esse motivo, fabricantes passaram a buscar soluções alternativas, como eixos de apoio ou novos materiais de alívio estrutural.

Além disso, essa disputa evidencia um dilema central da transição elétrica. Ou seja, de como equilibrar eficiência energética, segurança e infraestrutura sem inviabilizar o transporte rodoviário de cargas na Europa.


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