A Gás Verde, produtora de biometano, lançou um pacote de soluções que inclui a locação de caminhões a gás. O serviço oferece os veículos, garante o fornecimento de combustível e manutenção especializada dos veículos. Segundo a empresa, a frota conta com 100 caminhões Scania GH 460 6x2. O anúncio foi feito nesta terça-feira (18), na sede da montadora no Brasil, em São Bernardo do Campo (SP).
De acordo com Gás Verde, os primeiros 40 caminhões serão entregues ainda em fevereiro. “A Gás Verde apresenta uma solução de logística e com pronto atendimento para transportadoras e companhias que têm a necessidade de zerar emissões na cadeia logística”, diz o CEO da empresa, Marcel Jorand.
Conforme dados da Scania, o uso de biometano pode reduzir em mais de 90% as emissões de CO₂ na comparação com o diesel. De acordo com o CEO da Gás Verde, o número pode chegar a 99%. “Quando produzimos biometano, reaproveitamos uma molécula de metano que já estava no meio ambiente e, em algum momento, teve origem fóssil. Esse processo envolve a reutilização e reciclagem do gás”, diz.
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Além de oferecer os caminhões Scania, a Gás Verde pode montar estruturas de abastecimento sob demanda para empresas. Além disso, a companhia tem 30 pontos de abastecimento de biometano cobrindo as principais rotas da região Sudeste, por onde passa a maior parte das cargas do País. O programa da companhia de biogás também pode operar como uma transportadora, assumindo todas as atividades de transporte de uma empresa.
Gás Verde extrai biometano de aterros sanitários
A Gás Verde extrai o biometano de grandes aterros sanitários com sistemas de dutos de captação. Por exemplo, no aterro de Seropédica (RJ), que é o maior onde a empresa atua, há 90 quilômetros de dutos instalados, atingindo até 80 metros de altura no maciço.
“O aterro realiza essa captação e a planta de produção purifica o gás. Esse processo de purificação é necessário porque o biogás extraído contém, em média, entre 50% e 55% de metano. A outra parte é CO₂, hidrogênio, oxigênio e outros componentes”, detalhou Jorand.
O processo de purificação mencionado pelo CEO da Gás Verde é o fenômeno da decomposição anaeróbica. Durante esse processo, microrganismos se alimentam da matéria orgânica onde há pouco ou nenhum oxigênio, produzindo subprodutos como metano, dióxido de carbono e outros compostos. “Se revirar um aterro antigo, você só encontra plástico. Tudo que era orgânico virou gás ou líquido”, contou o dirigente da empresa.
Atualmente, a Gás Verde é o maior produtor de biometano da América Latina. A empresa produz em média 160 mil m³ do gás por dia em 12 plantas de energia elétrica a biogás e de biometano distribuídas por seis estados no Brasil. Até 2028, a companhia planeja atingir 650 mil m³ com a conversão das usinas térmicas em plantas de biometano.
Solução completa
Jorand explica que uma fábrica ou empresa controla os níveis de CO₂ em três frentes, ou os "três escopos". O primeiro envolve a emissão direta de poluição gerada de fontes controladas pela própria empresa. Pode ser, por exemplo, a queima de combustível em caldeiras ou o consumo de diesel de caminhões de frota. O segundo escopo são as emissões indiretas associadas à geração de eletricidade. Esse item entra na conta pois ele é essencial para as operações de uma empresa.
A última parte é o transporte. ‘É quando a empresa caminha da porta para fora, trazendo insumos e levando produtos. Muitas tentaram usar caminhões elétricos; alguns tiveram sucesso, enquanto outros não. O gás natural é um caminho para uma transição mais suave, mas o biometano é quem traz a solução mais contundente para o escopo 3’", descreveu o CEO da Gás Verde.