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Frota de caminhões cresce e ultrapassa 2,2 milhões de unidades no Brasil em 2024

Vendas de caminhões e ônibus cresceram 16,5% no Brasil após queda em 2023, de acordo com o relatório Frota Circulante do Sindipeças

Thiago Vinholes

10 de mai, 2025 · 6 minutos de leitura.

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Frota brasileira de caminhões cresceu 2,8% no ano passado
Crédito:DAF/Divulgação

A frota brasileira de caminhões superou a marca de 2,2 milhões de unidades em 2024, de acordo com o relatório da Frota Circulante elaborado pelo Sindipeças. O dado representa um crescimento de 2,8% em relação ao ano anterior e reflete a recuperação do setor após a forte retração registrada em 2023, quando a transição para a tecnologia Euro 6 derrubou a produção em quase 38%.

Juntos, caminhões, ônibus e comerciais leves representaram 14,6% da frota nacional. Os comerciais leves responderam por 10,4%, os caminhões por 3,6% e os ônibus por menos de 1%. Em termos de vendas, o segmento de veículos pesados (caminhões e ônibus) registrou alta de 16,5% em 2024, impulsionado pela normalização da produção e por programas de incentivo, como o Caminho da Escola.

Segundo o documento, o desempenho positivo mostra a adaptação do setor às novas exigências técnicas e ambientais, além do reaquecimento de atividades ligadas ao transporte regional e à logística.

Apesar da retomada, o crescimento da frota ocorreu em paralelo ao envelhecimento dos caminhões em circulação no País. Em 2015, cerca de 60% dos veículos tinham até 15 anos de uso. Em 2024, essa proporção caiu para 56%, enquanto a participação da faixa acima de 16 anos subiu de 22% para 32%. O avanço da idade média preocupa transportadoras e especialistas, já que veículos mais antigos tendem a consumir mais combustível, emitir mais poluentes e comprometer a segurança nas estradas.

Comerciais leves puxam crescimento e somam 6,4 milhões de unidades

Com 6,4 milhões de veículos em circulação, a frota brasileira de veículos comerciais leves continua a expandir sua presença nas cidades e no campo. Conforme aponta o relatório, esse aumento foi influenciado pelo crescimento dos setores de comércio e serviços. A busca por modelos mais resistentes e pela economia proporcionada por motores turbodiesel foram outros fatores.


Ford Pro, Transit 2026
Ford Transit é um dos destaques entre os veículos comerciais leves - Ford/Divulgação

As vendas de comerciais leves cresceram 23,5% em 2023 e avançaram mais 14,7% em 2024. A produção, por sua vez, manteve-se acima das 300 mil unidades em ambos os anos, sinalizando forte aceitação dos novos modelos lançados no mercado nacional.

No entanto, o envelhecimento da frota chama atenção. A proporção de veículos com até 10 anos caiu de 76,5% em 2015 para 56,6% em 2024. Paralelamente, a faixa entre 11 e 20 anos saltou de 22% para 42,2%. De acordo com o Sindipeças, esse movimento implica maior consumo de combustível e aumento das emissões de poluentes.

Ônibus mantêm frota estável, mas também envelhecem

A frota de ônibus no Brasil apresentou crescimento discreto na última década, passando de 391,9 mil unidades em 2015 para 395,1 mil em 2024 — variação de 0,8%. Porém, após uma leve queda entre 2017 e 2021, o setor voltou a crescer gradualmente a partir de 2022.

Mercedes-Benz, ônibus elétrico, eO500U
Ônibus elétrico Mercedes-Benz eO500U é produzido no Brasil desde 2022 - Mercedes-Benz/Divulgação

Mesmo com esse leve avanço, o perfil da frota evidencia envelhecimento. Em 2015, 81% dos ônibus tinham até 15 anos; em 2024, esse índice caiu para 75%. De acordo com o relatório, a permanência prolongada dos veículos em operação tem impacto direto na qualidade do transporte coletivo, nas condições de segurança e nos custos de manutenção para empresas do setor.

O relatório do Sindipeças reforça a necessidade de acelerar políticas públicas voltadas à renovação da frota, como o Programa Renovar (Lei n.º 14.440/22). Além de reduzir emissões e melhorar a eficiência energética, essas ações podem aumentar a segurança nas estradas e elevar o padrão do transporte público nas grandes cidades.

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