Negociar bem o valor do frete pode garantir até 20% a mais de lucro ao caminhoneiro. É o que aponta um estudo feito pela Fretebras. O levantamento foi realizado com motoristas cadastrados na plataforma eletrônica de oferta de frete. Portanto, essa é uma solução para minimizar o impacto da alta dos preços de componentes e insumos nas operações de transporte. Sobretudo diesel e pneus.
Porém, o fato é que muitos caminhoneiros não têm o hábito de negociar. Essa constatação também faz parte do levantamento. Conforme a Fretebras, 2 mil motoristas autônomos de todo o Brasil participaram do estudo. Desse total, cerca de um terço disseram que quase nunca negociam os valores. Além disso, 5% responderam que sempre aceitam o valor inicial proposto pelo contratante.
Caminhoneiro desconhece tabela de frete
O estudo foi realizado em agosto de 2022. Além disso, a amostra contou com entrevistas qualitativas. Ou seja, por meio de conversas detalhadas com dezenas de motoristas. Por sua vez, a quantitativa foi feita de forma online com os cadastrados na plataforma.
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Seja como for, o estudo da Fretebras corrobora com um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). Após entrevistas com mil caminhoneiros em todo o País, ele mostrou que 45% deles desconhecem a tabela de frete. Embora o número de entrevistas seja pequeno, reflete um universo gigantesco. Conforme dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), há cerca de 800 mil caminhoneiros no Brasil.
A lei da tabela mínima de frete é uma das conquistas da categoria. Assim, era uma das demandas dos caminhoneiros durante a greve, que parou o País em 2018. O objetivo é recompor os valores pagos os motoristas autônomos após grandes altas de preços de insumos, como o diesel.
Queda do preço do diesel
De acordo com a análise da Fretebras, negociar é fundamental sempre. Ou seja, mesmo com as recentes reduções do preço do diesel, o caminhoneiro deve tentar buscar valores mais justos. Além disso, por causa da queda do valor do combustível a tabela de frete também baixou.
Segundo o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, o motorista deve ter bons fundamentos no momento de negociar “Ou seja, ele tem de calcular bem os custos e negociar usando argumentos sólidos. Assim, vai conseguir mostrar o profissionalismo da categoria”, diz.
Recentemente, o Estradão publicou reportagem dando dicas práticas para ajudar os motoristas. Conforme o assessor-técnico da Associação Nacional do Transporte de Carga (NTC&Logistica), Lauro Valdivia, muitos profissionais não fazem nem o básico. Conforme o especialista, na ânsia de fechar o frete, eles nem sequer analisam quanto vão gastar para cumprir o contrato.