A FPT Industrial quer aumentar a presença da tecnologia a gás na região. Para isso, a companhia está trazendo para a América do Sul, a produção de toda sua linha de motores a gás. Além disso, no Brasil, a marca começa a oferecer ao cliente final, a solução Repower.
Ou seja, oferece o retrofit do caminhão a diesel por um motor a gás. Segundo o presidente da FPT Industrial, Carlos Tavares, a novidade além de colaborar com a descarbonização, ajuda a ampliar a vida útil dos caminhões mais antigos.
Nesse sentido, conforme o executivo, os caminhões com motores entre Euro 0 e Euro 3 representam 60% da frota circulante no País. Sendo quase impossível o dono do caminhão mais antigo pular para um modelo com tecnologia Euro 6.
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Todavia, a solução Repower custa um terço do valor de um caminhão Euro 6. Para efeito de comparação, um cavalo-mecânico 6x2 Euro 6 custa em média R$ 800 mil. "Além disso, dependendo da operação, pode fazer sentido trocar o motor diesel pelo motor a gás. Há clientes que operam em rotas onde não há dificuldade de abastecimento do gás", explica Tavares.
Outro foco da FPT são empresas que atuam na produção do gás ou biogás. Nesse sentido, a fabricante já fez algumas vendas do motor para esse perfil de cliente.
Seja como for, o Repower é direcionado ao cliente final. Ou seja, para o dono do caminhão. Por ora, apenas o distribuidor Brasif Máquinas, de Jundiaí, no interior paulista, oferece o Repower, inclusive com linha de crédito. Mas a intenção é ampliar para as quase 70 revendas da FOP espalhadas pelo Brasil.
Brasil tem potencial para 5 mil caminhões a gás
Além do Repower a FPT Industrial acaba de aprovar a produção de toda a linha de motores a gás na região. Ou seja, a planta da empresa em Córdoba, na Argentina, vai fazer o motor Cursor 13, direcionado aos caminhões pesados. Assim como o Cursos 9 para modelos pesados e semipesados, e o NEF para veículos semipesados e médios.
"Inclusive acabamos de aprovar a instalação de bancos de provas específicos para esses motores que começam a operar em dezembro. Acreditamos no alto potencial do gás na América do Sul. Somente o Brasil deve consumir a curto prazo em torno de 5 mil caminhões a gás", acredita Tavares.
Parte dessa projeção, se deve ao desenvolvimento da infraestrutura de abastecimento. “Hoje os principais corredores, como São Paulo a Curitiba ou São Paulo e Rio de Janeiro, já têm pontos de abastecimento. E vemos que está se expandindo para outras regiões. Além disso, há fortes movimentos para o desenvolvimento do biogás no Centro-Oeste do País”, explica o executivo.