Entrevista

Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025

Produção dobrada, nova rede e portfólio com até oito veículos são as prioridades da Foton para o Brasil

Andrea Ramos

11 de jul, 2025 · 10 minutos de leitura.

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Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025
Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025
Crédito:Fotos: Andrea Ramos/Estradão
Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025

A Foton vem acelerando seus planos para se consolidar de vez no mercado brasileiro de veículos comerciais. Depois de iniciar sua operação no País priorizando modelos importados, a marca já começou a nacionalização de parte de seu portfólio. Assim já faz a montagem local de toda a linha Aumark e Auman.

Atualmente, a fábrica da Agrale, em Caxias do Sul (RS) monta de três a quatro caminhões por dia. Mas o número deve saltar para sete unidades diárias até dezembro.

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Expansão de produtos e da rede

Além da nacionalização, a estratégia da fabricante chinesa inclui a expansão agressiva da rede de concessionárias. Conforme já publicado pelo Estradão, no momento, são 52 pontos ativos e outros 30 em fase de implantação ou negociação. Dessa forma, a meta da companhia é encerrar 2025 com pelo menos 82 concessionárias no Brasil, espalhadas por todas as capitais e cidades estratégicas das cinco regiões.

A rede será padronizada conforme o conceito global da marca. Ou seja, oferecendo serviços completos de venda, pós-venda e peças.


Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025
Fotos tem caminhões da linha leve Aumark e semipesado Auman - Fotos: Andrea Ramos/Estradão

Ademais, outro pilar do crescimento da Foton no País é a ampliação do portfólio. A empresa opera hoje com seis modelos e deve chegar a oito até o fim do ano. Um dos produtos que deve chegar é o Wonder. O utilitário está em processo de homologação. Mas a marca não descarta mais uma novidade.

A montadora já trabalha também com estudos para introduzir modelos com PBT superior a 24 t e novas opções eletrificadas no segmento leve, de olho no crescimento da demanda. Sobretudo por caminhões para última milha e distribuição urbana.

Em entrevista, o diretor de operações da Foton no Brasil, Fábio Pontes revela que “a meta é montar sete veículos por dia até o fim de 2025. Em seguida, quase dobrar a capacidade em 2026”.

Avanço na montagem local

A Foton começou com produtos importados e agora avança na montagem local. Como está esse processo?


Começamos com o modelo 12 toneladas, que hoje já é montado no Brasil. Em seguida, foi o 3,5 toneladas, cuja produção iniciou no mês passado. Até o final de 2025, vamos nacionalizar toda a linha Aumark — que inclui os modelos 3,5, 7, 9, 12 t — e também a linha Auman de 17 t.

Os veículos chegam desmontados. Mas já aplicamos alguns componentes nacionais, numa montagem que gradativamente ganha mais conteúdo local.

Projeções

Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025
A Foton vende no Brasil ainda a picape Tunland, primeira com motor híbrido diesel e elétrico do País - Fotos: Andrea Ramos/Estradão

Quantos veículos a fábrica de Caxias do Sul produz hoje e qual a expectativa até o fim do ano?

Atualmente montamos entre três e quatro veículos por dia, em um turno. Até dezembro queremos chegar a sete veículos diários. E, para isso, já iniciamos estudos para ampliar a capacidade da linha. A expectativa é dobrar o volume de produção no próximo ano.


Esse aumento de produção já considera a chegada de novos produtos?
Sim. A Wonder, nossa van, está em fase final de homologação e deve chegar ao mercado este ano. Além disso, temos planos para mais um produto inédito até 2025. E já estudamos ampliar a oferta para modelos de 24 toneladas no Brasil, mercado muito forte e competitivo, onde pretendemos atuar em breve.

Mercado já tem o seu Foton preferido

O modelo de 12 toneladas é o atual carro-chefe. Quais aplicações esse modelo atende?

Ele tem ótima aceitação em licitações públicas e em empresas de distribuição urbana e intermunicipal. Mas a maior parte da demanda vem do setor público. Porém, já vemos grandes frotistas também utilizando o modelo para entregas de curta e média distância.

O Foton de 3,5 toneladas é o único da categoria com ADAS. Portanto, como está a aceitação do modelo?

Tem crescido muito, principalmente no segmento de última milha, porque permite condução com carteira B e tem boa capacidade. Também oferecemos uma versão equipada com tecnologias como câmera 360° e assistentes de faixa e frenagem, algo incomum para a categoria no Brasil.


Posição da Wonder no Brasil

Foton planeja dobrar produção no Brasil e lançar oito modelos até 2025
O utilitário Wonder está em fase final de homologação e deve chegar ao País nos próximos meses - Fotos: Foton

A Wonder vai ser mais acessível que a concorrência? Qual o posicionamento?

Posso dizer que ela será competitiva, sim. Ainda não temos preço definido. Mas nossa proposta é oferecer mais espaço e versatilidade em relação ao Fiat Fiorino, por exemplo. Afinal, a Wonder chega nas versões furgão, baú e carga aberta etc. Ou seja, implementada para diversos usos, desde food trucks a veículos de serviço e transporte urbano.

Eletromobilidade

A eletrificação no Brasil avança em ritmo lento. Como a Foton enxerga esse mercado?

Na China, temos portfólio elétrico completo, do leve ao pesado. No Brasil, devemos continuar focados inicialmente no segmento leve. O pesado elétrico ainda enfrenta desafios de custo, homologação e infraestrutura. Para o futuro, já estudamos trazer novas versões do iBlue com facelift e eletrificação para nossa linha de caminhões urbanos.


Planos da rede à fábrica

Falando de rede, quantos pontos de venda a Foton tem hoje e qual a meta?

Hoje são mais de 52 concessionárias ativas e cerca de 30 em implantação ou negociação. A meta para este ano é chegar a 82 pontos. E em 2025, alcançar 100. Assim, devemos abrir mais 20 lojas no próximo ano. A rede será padronizada segundo o conceito global da Foton, com áreas de venda, bem como de serviços e peças. Além disso, queremos ter espaços específicos para veículos de leves a pesados considerando o aumento do nosso portfólio, mas também para atender o veículo da concorrência.

Vocês planejam futuramente uma planta própria no Brasil, quando?

No momento nosso foco está na montagem e localização dos produtos. Mas a possibilidade de uma planta existe. E está atrelada a um crescimento consistente de mercado e volume de vendas. Esse é um projeto para o médio prazo.

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