O Parlamento Europeu aprovou a extensão da isenção de pedágio para caminhões elétricos e de emissão zero até 2031. A decisão reforça uma das principais propostas da Comissão Europeia para reduzir as emissões de poluentes do setor de transporte rodoviário. Bem como impulsionar a adoção de tecnologias limpas.
O benefício valia até 31 de dezembro de 2025. Isso significa que, sem a nova regra, a partir de 1º de janeiro de 2026 até os caminhões elétricos voltariam a pagar as taxas. Todavia, com a aprovação o prazo pode ser prorrogado para 30 de junho de 2031. Ou seja, a medida que a ACEA, que reúne as montadoras europeias, acolheu como essencial para o plano de descarbonização do setor.
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Segundo o comissário europeu para transportes e turismo sustentáveis, Apostolos Tzitzikostas, o objetivo é “criar as condições certas para apoiar as empresas europeias. Assim como recompensar os pioneiros na transição para uma economia de baixo carbono”.
Competitividade e redução de emissões
A decisão representa um incentivo direto para que fabricantes e transportadoras invistam em caminhões elétricos e a hidrogênio. Além disso, a medida deve aumentar a competitividade dos modelos de emissão zero em relação aos com motor a diesel, reduzindo um dos principais custos operacionais das frotas.
O transporte rodoviário responde por uma fatia relevante das emissões de CO₂ na Europa. Portanto, a isenção de pedágio atua como ferramenta econômica e ambiental, estimulando empresas a acelerar a renovação da frota.
Durante a sessão que ocorreu no início de outubro, o Parlamento rejeitou uma moção que tentava suspender a proposta, o que permitiu o avanço do texto no processo legislativo. O próximo passo é a avaliação pelo Conselho da União Europeia, que reúne os Estados-membros.
Implementação depende de cada país
Porém, a medida não vale automaticamente em toda a União Europeia. Cada país precisa incorporar a mudança à sua legislação. Seja com isenção total ou com desconto para caminhões e ônibus de emissão zero. A ACEA classificou a decisão como “um passo decisivo em direção a um transporte rodoviário neutro em carbono”.
Todavia, a entidade alertou que apenas dois países europeus oferecem isenção total de pedágios. Por outro lado, dez aplicam descontos parciais e 15 ainda não criaram qualquer tipo de incentivo. O chefe de veículos comerciais da ACEA, Thomas Fabian, destaca que a isenção total de pedágios é uma das formas mais eficazes de atingir a paridade de custos com os caminhões convencionais.
Corrida contra o tempo até 2030
A ACEA também cobrou ações rápidas dos governos assim que o Conselho aprovar oficialmente a proposta. “O tempo está passando. Temos apenas 56 meses para multiplicar por dez a participação de mercado dos caminhões de emissão zero, dos atuais 3,5% para, pelo menos, 35% até 2030”, diz Fabian.
Além disso, a associação lembra que a Europa estabeleceu as metas de redução de CO₂ mais ambiciosas do mundo. Mas ainda carece de infraestrutura e incentivos para que a transição para veículos que não poluem ao rodar ocorra plenamente.
Caminho para a eletrificação dos pesados
A prorrogação da isenção de pedágio se soma a outras medidas do chamado "pacote verde". E pode representar um divisor de águas para o transporte pesado, especialmente de longas distâncias. Embora a adoção de caminhões elétricos ainda enfrente desafios, como autonomia reduzida, alto custo e rede de recarga insuficiente, a isenção até 2031 oferece previsibilidade e estímulo financeiro para que as empresas invistam em frotas mais limpas.