No IAA Transportation, nome oficial do Salão de Hannover, todas as fabricantes de veículos comerciais mostram novidades relacionadas à eletrificação. Considerado o maior evento do setor de transportes da Europa, a feira vai até domingo, 25, na Alemanha. Vale lembrar que na edição anterior, em 2018, as marcas já direcionaram esforços para zerar as emissões de poluentes.
Nesse sentido, a principal aposta é a eletrificação veicular. Assim, modelos apresentados há quatro anos como protótipos já estão nas ruas ou logo vão chegar. Segundo a Mercedes-Benz, por exemplo, sua linha de modelos para longas distâncias estreia em 2023. De acordo com a marca alemã, nesses caminhões a autonomia será de até 600 km.
Para isso, uma das soluções mais viáveis são as parcerias. Os grupos Daimler, Traton e Volvo, por exemplo, se uniram. para desenvolver soluções de recarga de veículos na Europa. Como resultado, a empresa formada desta união promete investir € 500 milhões. Ou seja, isso dá uns R$ 2,5 bilhões na conversão direta.
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No Brasil, eletrificação deve demorar
De acordo com as parceiras, isso inclui 1.700 pontos de recarga rápida. Assim, esses postos vão estar em estradas e centros logísticos com grande movimentação de caminhões, por exemplo. Ao mesmo tempo, as fabricantes correm para oferecer mais opções de modelos a eletricidade.
Conforme o CEO da Scania e do Grupo Traton, Christian Levin, em 2030 os elétricos vão ser metade das vendas de veículos comerciais na Europa. Seja como for, o executivo diz que essa transformação deve levar mais tempo para ocorrer no Brasil.
Sobretudo por causa das grandes distâncias. Assim, ele considera que outras opções, como motores a gás, são mais viáveis no curto prazo. Por isso a Scania oferece no Brasil uma linha de caminhões e ônibus a gás. O objetivo é que esses produtos sejam veículos da fase de transição para a eletrificação.
Daimler tem 8 produtos eletrificados
Assim como na Scania, a Mercedes-Benz aposta no avanço das vendas de veículos que rodem sem gerar emissões. Segundo a marca alemã, 60% de seus modelos vão fazer parte desse grupo até 2030. Vale lembras que esses dados são referentes ao mercado europeu.
De acordo com o CEO da Daimler Trucks, Martin Daum, o avanço é notável. "Avançamos na transição para o transporte neutro em CO2", diz. Segundo o executivo, a fabricante já tem oito modelos do tipo sendo feitos ou com início de produção em breve.
No entanto, Daun diz que não basta apenas oferecer os veículos. "Nossos clientes também precisam da infraestrutura adequada", diz. De acordo com ele, a empresa também tem trabalhado para tornar a nova tecnologia mais acessível. "Isso ocorrerá conforme houver aumento de demanda", explica.
Outras soluções
Seja como for, as fabricantes de caminhões e ônibus não estão sozinhas. Novas tecnologias focadas na eletrificação são oferecidas também por sistemistas. É o caso da ZF, que levou à feira a segunda geração de sua tração elétrica, batizada de CeTrax 2. Conforme adiantado pelo Estradão, o dispositivo reúne, em uma única plataforma, eixo, motor elétrico e transmissão.
Segundo a empresa, a CeTrax 2 vai ser vendida a partir de 2023. Além de veículos elétricos, essa solução também vai poder ser utilizada em modelos híbridos. Bem como vai ser possível fazer retrofit utilizando o novo conjunto de componentes.
No mesmo sentido, as implementadoras mostram sistemas que melhoram a eficiência dos equipamentos. Segundo o presidente da Anfir, a associação das empresas do setor, José Carlos Sprícigo, novidades que estão na Alemanha vão ser lançadas no mercado brasileiro e 2023.
Implementadoras brasileiras no IAA
Neste ano, a Anfir levou um grupo de 17 fabricantes de implementos ao IAA Transportation. É a primeira vez que as empresas brasileiras expõem em Hannover. Seja como for, no Brasil o lançamento dos novos equipamentos vai ser na Fenatran. A maior feira do setor de transportes da América Latina ocorre em novembro, na capital paulista.
Além disso, algumas fabricantes apresentaram versões mais eficientes de composições que já existiam. É o caso de romeu e julieta que contribui para a redução de consumo de diesel. Um sistema de cambão totalmente rebaixado (foto acima), tem menor resistência ao ar. Porém, essa solução não deve ser vendida no Brasil. O motivo são as más condições das rodovias do País.