Para a Eaton, o futuro será elétrico. Porém, antes, será híbrido. Sobretudo em mercados onde a tecnologia elétrica necessita de muito investimento em infraestrutura. Nesse sentido, o diretor geral de veículos comerciais e fora de estrada da Eaton, Sérgio Kramer, diz que, em mercados como o Brasil, a tecnologia híbrida, elétrica e etanol, pode ser eficaz. Sobretudo em veículos utilizados no transporte urbano, como caminhão e ônibus.
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"A gente acredita que as montadoras vão seguir para os veículos híbridos ou elétricos de uso urbano na última milha. Assim como em ônibus que já é demandado por regulamentações locais. E a Eaton trabalha junto aos clientes, no caso montadoras, no avanço de transmissões para esse uso. Mas ainda estamos na fase do desenvolvimento", pontua Kramer.
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Dessa forma, a empresa já fala em soluções como transmissão centrais para uso entre o motor elétrico e o eixo de transmissão. Nessa fase, a empresa estuda o desenvolvimento de uma transmissão de alto torque de apenas quatro velocidades para veículos médios de até 18 t. Assim como uma versão mais robusta para veículos mais pesados de até 42 t.
"O uso de transmissão de duas ou quatro velocidades podem ajudar o veículo a ter uma melhor performance. Sobretudo em cidades e regiões do Brasil onde a topografia é mais desafiadora. Dessa forma, vai ajudar a minimizar a necessidade de baterias adicionais, que são o maior custo do veículo elétrico", avalia o diretor da Eaton.
Tendência nos caminhões e ônibus
A Eaton acredita que a tecnologia híbrida é uma tendência, mas só até os elétricos fazerem sentido na operação. Seja do ponto de vista econômico, bem como de infraestrutura. Hoje, as maiores dificuldades dos caminhões e ônibus a bateria são infraestrutura e autonomia. Além, é claro, do custo de aquisição, o que acaba sendo um fator limitador.
Seja como for, Kramer diz não saber se há montadoras avaliando o motor híbrido no Brasil. Mas confirma que a Eaton já se prepara para atender eventuais demandas.
Localizar as tecnologias de ponta
Conforme o diretor global da unidade de negócios comercial powertrain da Eaton, Marcos Janasi, a empresa busca soluções que os clientes precisam para cada região. "E seja qual for a melhor solução de propulsão, vamos customizá-la para o local em que o cliente atua", resume Janasi.
Com isso, Janasi sinaliza que a intenção da Eaton é nacionalizar tecnologias. "Obviamente que isso está ligado à escala e localização. Assim como ao desenvolvimento da engenharia local para suportar os clientes da região. Todavia, essa sempre foi a nossa estratégia".
Sobre o motor diesel, a Eaton enxerga oportunidade de melhorias. E ressaltam que a indústria vem se movimentando no intuito de aumentar a eficiência do propulsor. Por exemplo, a fabricante já oferece a transmissão automatizada Advantor para motores à combustão, que reduz o custo total de operação (TCO). A Advantor chegou ao Brasil neste ano.