O e-Delivery, primeiro caminhão 100% elétrico feito no Brasil, ganhou um reforço da Moura. Nesse sentido, a empresa fará o "comissionamento do veículo elétrico". Ou seja, quando o veículo tem as baterias carregadas pela primeira vez. Afinal, a Moura já faz parte do e-Consórcio.
Ou seja, o sistema em que fornecedores atuam dentro da fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende (RJ). O novo processo exige procedimentos específicos. Isso porque na primeira energização a tensão elétrica é superior a 600 volts.
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Por meio do e-Consórcio, os fornecedores participam, juntamente com a VWCO, do desenvolvimento do caminhão elétrico. Assim, além de baterias, fornecem a infraestrutura. Ou seja, o pós-vendas, bem como os sistemas de recarga e de descarte de baterias.
Fornecedoras integradas
Nesse sentido, além da Moura participam do e-Consórcio empresas como Weg e Meritor. Assim, elas fornecem, respectivamente, motor elétrico e o eixo de tração.
A Semcom também produz tração elétrica e componentes eletrificados, como bombas e compressor de ar-condicionado. Por sua vez, a CATL faz células para baterias. Já a Bosch fornece os sistemas de gerenciamento eletrônico.
"O objetivo é acompanhar o produto durante toda a vida útil até o descarte”, diz o vice-presidente de produção e logística da VWCO, Adilson Dezoto. Segundo ele, o grupo também deve viabilizar os investimentos que têm de ser feitos.
Ambev fez intenção de compra de 1.600 e-Delivery
Como resultado, a produção do e-Delivery começa em breve. Contudo, a empresa não relevou detalhes sobre a data oficial de estreia.
Seja como for, as primeiras 100 unidades já têm dono, a Ambev. A empresa fez uma intenção de compra de 1.600 unidades. Segundo o vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da VWCO, Ricardo Alouche, que falou sobre o e-Delivery ao Estadão Mobilidade.
De acordo com o gerente de estratégia coorporativa da VWCO, Walter Pellizzari, as unidades de pré-série foram feitas na fábrica piloto. Portanto, isso permite a adequação da linha onde o e-Delivery vai ser produzido em série.
Consórcio modular reduz custos
Segundo a VWCO, com o Consórcio Modular o custo de produção é mais baixo. Nesse sentido, há o fato de a cabine ser igual à do Delivery com motor a combustão. Logo, processos como a pintura e a instalação de revestimentos internos são iguais.
Depois de instaladas as partes similares, o e-Delivery vai para a linha de montagem dos equipamentos elétricos. Essa parte será de responsabilidade da Moura.
Portanto, o time de profissionais da empresa já está atuando na fábrica da VWCO. Segundo a gerente da divisão de negócios da Moura, Cristiane Assis, a nova área exige amplo conhecimento técnico.
Baterias são montadas em Pernambuco
Inicialmente, os pacotes que formam as baterias de íons de lítio da CATL são importados pela Moura. Depois, vão para a fábrica da empresa em Pernambuco. Assim, é feita a montagem, por meio da adição de mais de 30 componentes nacionais.
Em seguida, os sistemas prontos são enviados à fábrica da VWCO. Por fim, vão para a linha de montagem, para instalação no e-Delivery.
Segundo Pellizzari, além de fornecer as baterias a Moura vai cuidar da manutenção desse componente. Bem como de seu descarte, quando isso for necessário.
Consórcio Modular ganha mais um parceiro
“Vamos oferecer opções que permitam ao cliente trocar o custo do investimento pelo do serviço." De acordo com o executivo os detalhes serão revelados no lançamento do caminhão elétrico. "Haverá diferentes modalidades de venda das baterias”, diz Pellizzari.
Portanto, o Consórcio Modular da VWCO cresceu. Ou seja, a Maxion fornece chassis e rodas. À Meritor cabem os conjuntos de suspensões metálicas e eixos.
Por sua vez, a Suspensys fornece as suspensões pneumáticas. A joint-venture formada por Cummins e MWM é responsável pelos motores. A Aethra monta as cabines e a Carese cuida da pintura. Por fim, a Kroschu instala os acabamentos internos.