O e-Delivery, primeiro caminhão leve 100% elétrico desenvolvido pela engenharia brasileira da MAN Latin America, deixou de ser somente ensaio de possibilidades e capacidades da montadora para ganhar serviço nas ruas. Em parceria com a Ambev, o modelo estará em teste aplicado na distribuição urbana de bebidas na cidade de São Paulo no ano que vem. Prova de fogo para determinar sua viabilidade comercial no País.
O protótipo elétrico foi uma das principais atrações no estande da montadora durante a Fenatran 2017 e, por suas características, tem todas as chances de se tornar mais uma opção ao transportador, apesar da falta de infraestrutura no Brasil para abrigar a tecnologia elétrica na frota circulante.
Pensado para o serviço de distribuição urbana de carga, o veículo reúne sistemas inteligentes capazes de ajustar a demanda da bateria de acordo com a operação, como também recuperar energia proveniente da frenagem para recarregar a bateria. Também os sistemas auxiliares, como compressor de ar, ar-condicionado, bomba de direção e de água são acionados por motores elétricos, mas independentes ao de tração, preservando o desempenho do caminhão.
Publicidade
O e-Delivery é equipado com motor elétrico da WEG de 80 kw, equivalente a 109 cv, e torque máximo de 493 Nm. O trem de força, desenvolvido em parceria com a Eletra, empresa de São Bernardo do Campo (SP) especializada no transporte público com tecnologia elétrica, traz ainda uma caixa de transmissão automática da Allison e banco de bateria de íon-lítio.
De acordo com a fabricante, a autonomia do caminhão pode chegar a 200 quilômetros, conforme a aplicação e a configuração do veículo. Para enfrentar a realidade dos serviços de entrega, o modelo tem duas opções de recarga: a rápida, na qual garante de 30% de carga em 15 minutos, com possibilidade de ser feita várias vezes ao dia, e a lenta, para a carga máxima em três horas. O e-Delivery é do tipo plug-in, as baterias são recarregadas por um carregador externo padrão CCS, o mais adotado pelas montadoras.
A MAN espera que o e-Delivery entre em produção em série em 2020 e planeja dispor de versão elétrica para os modelos de 9 e 11 toneladas. Para Roberto Cortes, presidente e CEO da companhia na América Latina, o modelo “inaugura uma nova era da indústria de transportes dos países emergentes.”