Avaliação

De carona no Arocs 8x4, caminhão Mercedes-Benz com preço de R$ 1,1 milhão

Focado em operações pesadas, como mineração e construção civil, Arocs tem motor de 510 cv, câmbio de 12 marchas e várias soluções eletrônicas

Andrea Ramos

28 de out, 2021 · 12 minutos de leitura.

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Testamos o Arocs caminhão que Mercedes-Benz quer posicionar como o mais disponível do 8x4
Testamos o Arocs caminhão que Mercedes-Benz quer posicionar como o mais disponível do 8x4
Crédito:Mercedes-Benz/Divulgação
Testamos o Arocs caminhão que Mercedes-Benz quer posicionar como o mais disponível do 8x4

O Mercedes-Benz Arocs acaba de ser lançado no Brasil. Focado em operações severas, como construção civil e mineração, o modelo tem tração 8x4 e pode carregar até 58 toneladas de peso bruto total (PBT). Além disso, a capacidade máxima de tração (CMT) é de 150 t. O preço sugerido começa em R$ 1,1 milhão. O Estradão foi até a pista de testes da marca alemã em Iracemápolis (SP) conferir do que o novo caminhão é capaz.  Porém, tivemos de ficar no banco do carona.

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Segundo informações da empresa, trata-se de um procedimento de segurança. Porque a apresentação do novo Mercedes-Benz Arocs 8x4 foi feita em um trecho com piso bastante acidentado. Afinal, esse é o hábitat do modelo. Seja como for, a fabricante argumenta que a novidade entrega mais do que robustez. Assim, os executivos dizem que o caminhão tem o melhor custo total de propriedade de sua categoria. Assim, em três anos o TCO do modelo é até 49% menor que dos concorrentes.


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Aliás, segundo a Mercedes-Benz, isso deve garantir a liderança da vendas do segmento. O Arocs foi criado para operações pesadas, conforme a empresa. Além disso, a produção é no Brasil. Ou seja, é bem diferente do antecessor Actros 4844. O modelo era o mais vendido da categoria. Porém, além de ser uma variante de um caminhão rodoviário, ele era importado.

Arocs pode ser adquirido pelo Finame

Além disso, o Arocs nacional é diferente do vendido na Europa. De acordo com a Mercedes-Benz, o modelo recebeu ajustes para atender as necessidades dos clientes do Brasil. Bem como de outros países da América Latina, para onde o caminhão brasileiro vai ser exportado. A fabricante informa que o caminhão pode ser adquirido por meio de Finame. Embora não revele o índice de nacionalização, para ser incluído nesse tipo de operação o modelo deve ter, no mínimo, 60% de itens feitos no País.


O motor é o mesmo OM-460 de 13 litros do rodoviário Actros. O seis-cilindros gera potência de 510 cv a 1.800 rpm e torque de 245 mkgf a 1.100 rpm. Maior motor feito pela Mercedes-Benz no País, ele tem 90% das peças iguais às do OM-457, um dos produtos de maior volume de vendas da companhia no País. Conforme o gerente-sênior de marketing de produto caminhões, Marcos Andrade, isso garante boa disponibilidade de componentes. Bem como reduz o custo de manutenção.

Como os caminhões utilizados em mineração rodam 24 por dia, trata-se de uma vantagem e tanto. Aliás, para garantir maior disponibilidade os intervalos para manutenção foram estendidos. No caso da caixa de transmissão MB G 340 de 12 marchas, a troca de óleo deve ser feita a cada 4.500 horas de uso. Ou seja, cerca de 200 dias de uso ininterrupto. Para comparação, no caso do câmbio G 330 do Actros 4844, a substituição deveria ser feita a cada 1.500 horas.

Manutenção facilitada

No caso do lubrificante do motor, o intervalo é de mil horas. Em outras palavras, é o dobro do intervalo do Actros 4844. Isso vale também para a substituição do óleo dos eixos do Arocs 8x4. Ou seja, passou de 1.500 horas no modelo anterior para 3 mil no novato. "O Actros era líder de vendas por causa da disponibilidade superior à dos concorrentes. Agora, temos um caminhão ainda melhor", diz Andrade. No mesmo sentido, o sistema de arrefecimento utiliza óleo em vez de água, como é comum no mercado.


Há ainda um pacote de itens exclusivos da linha Alliance. Por exemplo, há marcadores de torque das rodas (foto acima). O dispositivo permite que o operador cheque se os parafusos perderam aperto após o término do turno de trabalho. "Além disso, todo o serviço de manutenção preventiva é feito no Truck Off Center Mercedes-Benz", diz Andrade. Ele se refere à oficina e mecânicos dedicados que atuam nas instalações do cliente. Ou seja, o caminhão não precisa ser levado à concessionária.

O caminhão mostrado ao Estradão tinha báscula da Rosetti e estava carregado com 20 t. Ou seja, 38 t abaixo da capacidade total. Instrutor da Mercedes-Benz, Járcio de Almeida partiu com o Arocs 8x4 e parou em seguida em um aclive da estrada acidentada. O auxílio eletrônico mantém o caminhão parado por três segundos após o freio ser liberado. Ou seja, tempo suficiente para acionar o acelerador. Assim, isso evita que o modelo volte de ré.


Eletrônica avançada se destaca

A arrancada ocorreu de forma suave e progressiva mesmo sobre piso de baixa aderência. Em seguida, Almeida mostrou o funcionamento do Hold, sistema que evita movimentos involuntários. O acionamento é recomendado em caso de aclive severo, terreno muito irregular e peso extremo. Para isso, basta pisar com força no pedal de freio. Para desligá-lo o motorista pode pressionar uma tecla ou simplesmente pressionar o acelerador.

De série, o Mercedes-Benz Arocs 8x4 vem com freios a tambor nos eixos dianteiro e traseiro. Além disso, há sistemas eletrônicos antitravamento ABS e de tração ASR. Bem como o retarder Voith R115 HV, que gera cerca de 900 cv de potência de frenagem a 2.300 rpm. Segundo a fabricante, há cinco níveis de intervenção. Borboletas acionam os dois primeiros. Os outros são conjugados ao motor. Almeida usou todos para garantir que o caminhão não escorregasse na lama.


Para vencer subidas difíceis, basta acionar o modo power off-road do câmbio automatizado Powershift. Essa opção também é ideal para pisos com baixa aderência. Os bons ângulos de ataque e saída (25°) e os para-choques frontal e traseiro elevados em relação ao solo (250 mm) contribuem para dar agilidade ao Arocs 8x4, que passou pelo trecho sem dificuldade. Segundo dados projetados no computador de bordo, o caminhão manteve velocidades entre 30 e 40 km/h em 8ª marcha com o motor a 1.000 rpm.

Cabine caprichada

Além disso, o nível de ruído dentro da cabine não passou de 66 dBA. Como resultado, há bom nível de conforto para o motorista. Aliás, só quando o retarder é ligado há incômodo a bordo. A terceira geração da transmissão Powershift também conta com o modo Economy. Essa opção é para reduzir o consumo de diesel. E deve ser usada com o caminhão vazio ou com pouca carga. Por fim, o modo Standard é para condições de uso intermediário.

Ou seja, em locais com piso em boas condições e rampas suaves com o caminhão carregado. Nesse caso, as trocas de marcha são feitas de modo a reduzir o consumo de combustível. Nesse sentido, o motor entrega menos torque. Porém, em nível suficiente para superar terrenos irregulares. Outro destaque é o freio de estacionamento eletrônico com ativação automática. Assim, basta o motorista abrir a porta para o sistema acionar os freios sozinho.


Por falar em cabine, há muito conforto a bordo do Arocs. Contribui com isso o banco do motorista com suspensão pneumática. Assim como o volante multifuncional. No mesmo sentido, há chave é do tipo presencial e há start&stop. Ou seja, dispositivo que desliga e religa o motor automaticamente em paradas longas. Em tempo: a pronúncia é Árocs, e não Arócs. E o nome não tem significado. Segundo a Mercedes-Benz, seus caminhões têm nomes que podem ser pronunciados em qualquer língua.

Ficha técnica
Mercedes-Benz Arocs 8x4

Preço sugerido R$ 1,1 milhão
Cabine Curta
Motor OM 460, 13.0, seis-cilindros, turbodiesel
Potência (cv) 510 a 1.800 rpm
Torque (mkgf) 245 a 1.100 rpm
Transmissão Powershift 3, automatizada, 12 velocidades
Entre-eixos (mm) 4.550
Suspensão dianteira Molas parabólicas reforçadas
Suspensão traseira Mola parabólicas reforçadas
PBT (kg) 58.000
CMT (kg) 150.000

Fonte: Mercedes-Benz


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