A Cummins anunciou na tarde desta quinta-feira (25) sua nova unidade de negócios denominada New Power. Assim, a fabricante passa a oferecer no Brasil propulsores 100% elétricos para veículos comerciais.
Trata-se da quinta unidade de negócios da marca. Nesse sentido, há a divisão de motores e de componentes (filtros, turbos e pós-tratamento). Bem como unidades de geração de energia e distribuição.
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Todavia, de acordo com o diretor de vendas da Cummins, Maurício Rossi, a nova divisão se baseia em três pilares. Ou seja, sempre focando na geração de energia 100% elétrica. Assim, a criação de novas tecnologias e produtos para veículos elétricos comerciais a bateria. Visando tanto veículos rodoviários, como ônibus urbanos, caminhões de médias distâncias e semileves como furgões e vans. Bem como equipamentos fora de estrada como máquinas de construção e tratores, por exemplo.
No segundo pilar a eletrificação ocorrerá por meio da célula de combustível. E o terceiro pilar visa a criação de soluções para a geração de hidrogênio industrial e comercial. Assim como o armazenamento de energia em escala megawatt. Ou seja, a Cummins além da infraestrutura de produção do hidrogênio, quer oferecer a infraestrutura de abastecimento da célula de combustível.
“Esses três pilares têm uma relação direta. Por meio da combinação dos processos que existem entre eles vamos avançar no nosso portfólio de produtos. E contribuir para a oferta de zero emissão”, diz Rossi.
Cummins pode liderar a oferta de hidrogênio no País
Para a Cummins, os veículos movidos a bateria servirão de ponte para os movidos a células de combustível. Este último, vai permitir 100% de redução dos particulados. Bem como de toda a contaminação ocasionada pelas emissões de poluentes.
Por essa razão, a Cummins contará com uma linha de módulos de células de combustível. Ofertadas com múltiplas possibilidades. E que podem ser combinadas de acordo com o tipo de operação do cliente.
Rossi explica que por meio de um painel solar ou um conversor eólico é possível gerar a energia para a produção do próprio hidrogênio com a nova gama de eletrolisadores da marca. Os novos equipamentos de geração de hidrogênio podem ser usados em diversas aplicações. De veicular, a indústria petroquímica, fertilizantes, entre outros.
Nesse sentido, para a Cummins o transportador terá um eletrolisador. Assim, pode produzir seu próprio combustível. E de forma mais econômica.
Para contemplar a entrega de soluções completa, a Cummins anunciou a compra da Nprox, empresa que fabrica tanques para armazenamento de hidrogênio. Com isso, a companhia passa a oferecer módulos de célula de combustível, eletrolisadores e tanque para armazenamento.
Desenhando um novo transporte
Entretanto, até que a eletrificação ocorra, a Cummins se prepara para atender às necessidades do transporte rodoviário a curto prazo. Dessa forma, o presidente da Cummins Brasil, Adriano Rishi, explica que a empresa ofertará produtos para atender ao Proconve P8 (Euro 6). Programa que estabelece a redução de cerca de 77% de NOx e de aproximadamente 66% de material particulado em relação ao atual Proconve P7 (Euro V). E que entra em vigor em janeiro de 2023.
Para isso, a companhia investiu R$ 170 milhões. Assim, no portfólio há motores de 2.8 a 15 litros. Do mesmo modo, a Cummins aposta no gás. E conta com propulsores de 7, 9, 12 e 15 litros com a tecnologia.
De acordo com Rossi algumas tendências começam a se delinear no País. Nas entregas noturnas de e-commerce, os veículos elétricos, movidos a célula de combustível ou a hidrogênio, serão mais comuns. Já no caso da coleta de lixo, devem predominar os caminhões a gás. Com cases de empresas que já produzem seu próprio combustível baseado em biomassa. Do mesmo modo, o executivo também cita o grupo sucroalcooleiro, que a partir da cana de açúcar gera biomassa que produz o biogás.
Mercado para Cummins superou 2019
A Cummins, que recentemente completou 50 anos de Brasil, estima encerrar 2021 com 45 a 47 mil motores vendidos. Se isso se concretizar, a marca vai registrar crescimento de 50% em relação a 2020. Quando comparado a 2019, a Cummins supera em volumes, já que naquele ano foram 33 mil unidades registradas.
“Este ano investimos R$ 65 milhões no Brasil. Dos quais R$ 16 milhões se destinaram à modernização da companhia”, diz Rishi.
Para 2022, mesmo com as dificuldades relacionadas ao abastecimento de componentes, o presidente da Cummins estima crescimento entre 5% e 10%.