O Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia (CARB) decidiu retirar seu pedido de isenção junto à Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos. O CARB pretendia implementar uma nova regulação para incentivar a adoção de veículos de zero emissão no estado. No entanto, o grupo anunciou a medida durante a transição para a nova administração de Donald Trump, que já expressou oposição aos programas ambientais estaduais.
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A regulamentação proposta pelo CARB, a Frotas Limpas Avançadas (ACF), previa metas ambiciosas. Por exemplo, estabelecia o fim das vendas de caminhões movidos a combustíveis fósseis até 2036 e a conversão de frotas comerciais para modelos elétricos ou a hidrogênio até 2042.
Liane Randolph, presidente do CARB, declarou ao website Truckinginfo que a administração Trump, historicamente contrária aos programas ambientais da Califórnia, apresentou incerteza, o que tornou necessária a retirada do pedido do programa ACF.
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Críticas e resistências
A decisão do CARB gerou reações de setores ligados ao transporte nos EUA. A Western States Trucking Association (WSTA) criticou o posicionamento do conselho, afirmando que a retirada foi uma tentativa de evitar o constrangimento de uma possível rejeição pela EPA. "A EPA teve tempo suficiente para analisar a solicitação, mas claramente encontrou problemas com o pedido", informou a associação em comunicado.
Para representantes da indústria, como a American Truck Dealers (ATD), a regulamentação proposta pelo CARB era irrealista e desconsiderava as limitações tecnológicas e econômicas atuais. A presidente da ATD, Jacqueline Gelb, afirmou que as metas da ACF teriam "devastado o mercado" e dificultado a transição para frotas mais limpas de forma viável.
Apesar da desistência em avançar com o programa ambiental mais ambicioso no setor de veículos pesados, a Califórnia mantém outras medidas nesse sentido. A Advanced Clean Trucks (ACT), por exemplo, obriga fabricantes a vender um percentual de caminhões de zero emissão.
Além disso, acordos como a Clean Truck Partnership, firmados entre a CARB e fabricantes de caminhões, garantem maior flexibilidade para atender às exigências do ACT. A presidente do CARB destacou que a agência está "avaliando opções para continuar o progresso na melhoria da qualidade do ar e na redução de poluentes".
Embora a retirada do pedido de isenção represente um retrocesso para o CARB, especialistas apontam que a transição para veículos de emissão zero segue como uma tendência irreversível, impulsionada não apenas por regulações, mas também pela demanda de mercado e inovações tecnológicas.