A Chroma-Líquido acaba de lançar um tecido capaz de inativar o novo coronavírus em ônibus de passageiros. A novidade já está disponível para os ônibus feitos pelas encarroçadoras Busscar e Caio Induscar. Trata-se de um revestimento de poliamida (fibra sintética) para poltronas, balaústres e todos os pontos onde pode haver contato com as mãos.
A tecnologia foi desenvolvida pela francesa Rhodia e inclui fios de prata na composição do tecido. Essa matéria-prima, em combinação com outros compostos químicos, tem ação antibacteriana e antiviral. Ou seja: é capaz de inativar, além do novo coronavírus, micro-organismos causadores de doenças como influenza e herpesvírus, por exemplo.
A Chroma-Líquido é resultado da união do Grupo Chroma e da Líquido Indústria Têxtil. O objetivo da nova empresa é desenvolver soluções para a indústria automotiva.
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Diretor de relações institucionais da Chroma-Líquido, Ricardo Bastos diz que a tecnologia tem efeito permanente no tecido. Isso significa que o revestimento continua ativo durante toda sua vida útil. O executivo ressalta que essa solução não deixa resíduos e, portanto, não é nociva à saúde de humanos e animais.
O novo produto não cura a doença de pessoas infectadas. Também não impede a contaminação por meio de contato entre uma pessoa doente e outra sã. E não neutraliza os vírus suspensos no ar ou em gotículas de saliva, por exemplo.
Sua função principal é reduzir o risco da chamada contaminação cruzada. Isso ocorre quando há transmissão do vírus por meio de superfícies contaminadas. Segundo Bastos, se um usuário infectado com a covid-19 tocar qualquer parte revestida com o tecido, o vírus "depositado" no material será inativado.
Chroma-Líquido terá solução para caminhões
Bastos diz que a tecnologia pode ser aplicada em veículos novos e também em usados. E, apesar de os testes terem sido iniciados com ônibus, a solução está disponível também para caminhões.
"O primeiro caminho é aplicar a tecnologia na frota circulante. Já estamos oferecendo capas para cobertura de assentos, alças de mão, balaústres, carpetes e tapetes. Isso porque a poliamida pode ser aplicada em diferentes tipos de tecido", afirma o executivo.
Para veículos novos, será possível fazer o revestimentos até mesmo no volante. Segundo Bastos, para atende as leis de segurança, a solução será aplicada no material que compõe a peça. "Não é seguro encapar os (volantes) veículos."
De acordo com informações do executivo, a nova unidade de negócios está em plena expansão. Ele estima faturamento de R$ 250 milhões nos próximos 12 meses e a produção de 2 mil toneladas de tecidos com o novo fio.
O executivo afirma que há espaço para aplicar a tecnologia também fora do setor automotivo. É o caso de restaurantes, cinemas, escolas, indústrias, etc. A Chroma-Líqudio negocia o fornecimento do produto para montadoras, supermercados e empresas de outros segmentos.
Busscar e Caio Induscar têm ônibus com antiviral
Diretor industrial da Busscar e da Caio induscar, Maurício Lourenço da Cunha diz que está oferecendo a nova tecnologia de biossegurança aos clientes frotistas. E que a produção de veículos com esse recurso já começou.
O revestimento será oferecido juntamente com outras soluções desenvolvidas pelas fabricantes de ônibus no combate ao novo-coronavírus a bordo. No total, são nove itens que podem ser adquiridos juntos ou separadamente.
Há desde dispensador de álcool em gel a medidor de temperatura. Bloqueador de assentos para garantir o distanciamento entre os passageiros e purificador de ar com sistema capaz de eliminar micro-organismos também são oferecidos. Cortinas entre as poltronas e capa para assentos feitos com o novo tecido são outros destaques.
Há ainda uma proteção de acrílico para separar as poltronas. Com esse dispositivo, dá para manter o contato com o passageiro que viaja ao lado e evitar o risco de contaminação por meio de gotículas de saliva, por exemplo.
Essas soluções podem ser instaladas tanto em veículos novos quanto usados. A exceção é a configuração de poltronas únicas em três fileiras, oferecia apenas para modelos novos.
A empresa também oferece a possibilidade de troca de vidros colados por janelas deslizantes. Segundo Cunha, isso ajuda a trocar o ar do ambiente mais rapidamente caso o ar-condicionado esteja desligado. Isso ocorre geralmente durante as paradas em terminais e locais para alimentação e descanso.