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Caminhoneiros dão nota 2 para as condições de trabalho no Brasil

Estudo feito com caminhoneiros de todo o Brasil mostra que segurança nas estradas e preço do diesel estão entre as principais queixas

Redação

25 de jul, 2024 · 8 minutos de leitura.

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Caminhoneiros avaliam a profissão com nota 2 de 5
Professional do transporte
Crédito:Autotrac/Divulgação
Caminhoneiros avaliam a profissão com nota 2 de 5

Os caminhoneiros brasileiros estão muito insatisfeitos com a profissão. Embora as queixas sobre as más condições de trabalho sejam comuns entre os profissionais do setor de transporte, nem sempre é possível quantificar essa insatisfação. Porém, um levantamento feito pela transportadora digital Freto lança luz sobre o tema. Assim, apontou que, numa escala de zero a 5, os caminhoneiros que participaram do estudo deram nota 2 para a profissão.

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O resultado foi apontado no mais recente levantamento realizado para gerar o chamado Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas, produzido pela Freto. Segundo a empresa, o estudo foi realizado entre junho e julho de 2024 e contou com a participação de 383 caminhoneiros de várias regiões do Brasil.


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Caminhoneiros avaliam a profissão com nota 2 de 5
Segurança nas estradas ainda é o maior dos problemas para os caminhoneiros

Vale lembrar que a primeira edição do estudo, feita 2022, contou com cerca de mil participantes, que atribuíram nota 1,7 à profissão. Assim, embora o índice médio de satisfação apresentado no novo estudo seja mais alto, na prática pouca coisa mudou. Para aferir as condições de trabalho, os profissionais deram notas para sete questões consideradas pelo Freto como primordiais para a atividade.

Segurança nas estradas teve a pior avaliação dos caminhoneiros

Ou seja: segurança, preço do diesel, pontos de parada, trânsito e qualidade das estradas. Ademais, as notas partiam de 0, para péssimo, e chegavam a 5, para excelente. A partir da pontuação atribuída a cada item, foi apontada a nota média de cada tema. Posteriormente, a média geral resultou no Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas. 


Assim, no quesito segurança nas estradas, metade dos caminhoneiros participantes deram nota zero e 32% deram notas 1 e 2. Como resultado, esse item teve a pior média de avaliação, com índice de 1,08. Em seguida, vem o preço do combustível. Embora a nota média desse quesito tenha melhorado em 0,46 ponto em relação a 2022, não ficou muito atrás da avaliação da segurança.

Ou seja, resultou no segundo maior ponto de insatisfação dos profissionais da categoria. Nesse sentido, um terço dos entrevistados deu nota zero para o quesito e 44% deram notas 1 e 2. Segundo o CEO da Freto, Thomas Gautier, no tema segurança impactam medidas de combate ao roubo de cargas, bem como questões ligadas à sinalização, conservação e iluminação das estradas.

Pontos de parada precisam melhorar

Além disso, Gautier diz que, embora o preço do combustível dependa de fatores externos, as empresas de transporte têm oportunidade de atuar para melhorar a avaliação. "Elas podem reduzir o impacto da má avaliação com estratégias logísticas eficientes, que ajudem a gerenciar melhor os riscos e a diminuir os custos operacionais.”


A oferta e qualidade de pontos de parada e descanso, com média de 1,75 ponto, o volume de trânsito, com 1,87, e as condições das estradas, com 1,89, são outros aspectos mal avaliados pelos caminhoneiros. No entanto, pela primeira vez, duas categorias tiveram pontuação acima da média, de 2,5 pontos. Ou seja, 77% dos participantes deram notas entre 3 e 5 para a carga horária de trabalho, com média de 2,75 pontos, e 65% avaliaram o preço do frete com as mesmas notas, o que resultou na média de 3,35 pontos.

De acordo com Gautier, essa melhora está ligada ao impacto positivo das novas tecnologias à disposição dos caminhoneiros. "Há softwares que ajudam os motoristas a não fazer jornadas acima da carga horária estipulada por uma transportadora, por exemplo", afirma. Dessa forma, há redução do cansaço ao volante e do risco de acidentes, por exemplo.

Aplicativos viram parte do dia-a-dia

Além disso, o executivo ressalta que os aplicativos de frete estão cada vez mais presentes na rotina dos caminhoneiros autônomos. "Eles ajudam os profissionais a encontrarem cargas sem ter de rodar com o caminhão vazio”, diz Gautier. Ele acrescente que essas soluções colaboram para simplificar os processos de logística, bem como para aumentar as margens de receita e a eficiência do serviço de transporte.


Entretanto, dados do mais recente levantamento divulgados pela Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran) indicam que o Brasil perdeu mais de um milhão de motoristas em uma década. Em outras palavras, a redução é de cerca de 20%. Nesse sentido, Gautir também aponta oportunidades para as empresas do setor.

“Se nas empresas há um debate intenso sobre a valorização dos talentos, por que na estrada seria diferente? No Dia do Caminhoneiro, queremos propor uma logística que envolva o bem-estar pessoal e o desenvolvimento da carreira, bem como o senso de propósito, a saúde e o equilíbrio. Além de uma série de fatores que, com certeza, contemplam a segurança dos motoristas”, diz.

Confira os resultados dos estudos feitos em 2022 e 2024

Tema20222024
Segurança nas Estradas1,491,08
Preço do combustível0,921,38
Pontos de parada e descanso1,841,75
Volume de trânsito2,01,87
Condição das Estradas1,731,89
Preço do frete2,02,75
Carga horária de trabalho2,43,35
Fonte: Freto

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