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Caminhoneiras: CNTA avalia as condições de trabalho de motoristas mulheres

Uma pesquisa realizada pela CNTA constatou que muitas caminhoneiras carecem de segurança e boa infraestrutura nas rodovias brasileiras

Redação

15 de set, 2023 · 6 minutos de leitura.

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CNTA avalia condições de trabalho das caminhoneiras
Pesquisa CNTA
Crédito:A Voz Delas/Divulgação
CNTA avalia condições de trabalho das caminhoneiras

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) realizou uma pesquisa para avaliar as condições de trabalho das mulheres que atuam como caminhoneiras no Brasil. Com o título "Realidade e desafios das caminhoneiras nas estradas", o estudo traz um panorama da profissão em relação à infraestrutura, mercado de trabalho e segurança.

Dessa forma, as informações colhidas subsidiarão a atuação da CNTA em busca de melhorias. Sobretudo com relação aos pontos de maior fragilidade identificados na pesquisa. Vale ressaltar que as questões foram feitas de forma virtual entre os dias 25 de agosto e 3 de setembro de 2023. E envolveram 72 caminhoneiras de todo o País.

Como resultado, as respostas foram apresentadas no Workshop sobre Transporte Rodoviário de Cargas – TRC: quebrando as barreiras para a entrada das mulheres. O evento foi promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e contou, então, com a presença de diversos representantes do setor, inclusive do Ministério dos Transportes.


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O perfil das caminhoneiras no Brasil

CNTA avalia condições de trabalho das caminhoneiras
Muitas mulheres estão ingressando para o mercado de transporte nos últimos anos

Segundo a pesquisa, a maior parte das entrevistadas (34,7%) tem entre 31 e 40 anos. Destas, 43,1% estão há menos de cinco anos na profissão. De acordo com a CNTA, os dados demonstram que são mulheres que ingressaram na profissão mais tarde ou após uma mudança de carreira. Seja como for, 69,6% das caminhoneiras responderam que optaram pelas estradas pelo amor à profissão. Além disso, 72,2% delas trabalham com carteira assinada.


Em relação à segurança nas estradas, a pesquisa identificou que 48,6% das caminhoneiras no Brasil indicaram estarem inseguras. A pesquisa foi mensurada em uma escala de 1 a 5, em que 1 representou o menor grau de segurança. Pois a grande parte das mulheres indicou o nível de escala 1 e 2. Contudo, em relação ao roubo ou furto de cargas, 81,9% das caminhoneiras apontaram nunca terem sido vítimas desse crime em sua jornada de trabalho.

Infraestrutura e assédio

Em seguida, 48,6% avaliaram como péssimo ou ruim as condições de segurança em relação aos locais de de parada e descanso. Isso inclui todos os postos de combustíveis do País com atendimento aos motoristas de veículos pesados.

Ademais, a estrutura inadequada para o público feminino é um ponto crucial destacado pelas profissionais. O tema foi muito relatado nas entrevistadas no espaço aberto da pesquisa. Na avaliação de 70,8% das caminhoneiras participantes, a quantidade de banheiros femininos nesses locais é considerada péssima ou ruim. Do mesmo modo, as entrevistadas avaliaram a limpeza dos banheiros. Assim, para 68,1% está péssima ou ruim. Já 41,7% consideraram regular as opções de hospedagem disponíveis.


Quanto ao assédio sexual, apenas 22,2% das caminhoneiras indicaram não ter sofrido esse tipo de constrangimento. E apenas 11,1% relataram nunca terem sofrido preconceito com a profissão. Enquanto 87,5% apontaram que frequentemente ou às vezes tem sua capacidade subestimada pelo fato de serem mulheres. Em relação ao assédio moral, 45,8% relataram terem sido vítimas. Já 70,8% das mulheres entrevistadas indicam que nunca receberam menos que um colega homem.

Soluções

Com o resultado da pesquisa, a CNTA apresentou possíveis ideias para reforçar a sensação de segurança das caminhoneiras nas estradas. E pediu a avaliação das entrevistadas em uma escala de 1 a 5, sendo a opção 5 a representação de uma ideia excelente.

Dessa forma, 61,1% consideraram nota 5 a ideia de ter vagas exclusivas para mulheres nos postos de paradas de descanso. Do mesmo modo, 73,6% atribuíram 5 para a instalação de câmeras nas portas de acesso ao banheiro feminino.


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