Nem mesmo a queda da oferta de caminhões novos em 2023 poderá ser suficiente para aumentar a procura por usados e seminovos. Essa é a avaliação da Fenauto, federação que reúne os revendedores independentes veículos no Brasil. Portanto, se a previsão se concretizar, haverá repetição do que ocorreu nos últimos anos no País. A exceção ocorreu em 2021, quando as vendas foram bem acima do esperado
Segundo a Fenauto, em 2019 as lojas venderam 372.247 caminhões usados no Brasil. Por sua vez, em 2022 foram 330.660. Ou seja, a queda foi superior a 41,5 mil unidades. De acordo com o presidente da federação, Enilson Sales, vários fatores estão inibindo a busca por modelos de segunda mão. Assim, há s comprometimento do poder de compra. Sobretudo de pequenos frotistas e caminhoneiros autônomos.
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Custo do diesel e restrição ao crédito
Conforme a Fenauto, um dos principais é o aumento dos custos. Sobretudo o do diesel, cujo preço subiu, em média, 39,5% em 2022. A má notícia é que essa tendência deve se manter em 2023. No mesmo sentido, houve alta das taxas de juros. Isso impacta diretamente a contratação de empréstimos, como é o caso dos planos de financiamento.
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Além disso, os bancos estão mais restritivos em relação à liberação de crédito. O presidente da Fenauto também cita as más condições da malha rodoviária como um entrave para o setor. Nesse caso, há redução da durabilidade do veículo. E isso significa custos maiores com manutenção e, portanto, menos dinheiro em caixa para troca do caminhão.
Segundo dados de uma pesquisa publicada em 2022 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 70% das estradas do Brasil têm graves problemas de manutenção. "Isso também causa consumo desnecessário de diesel. E impacta diretamente o valor do frete e o poder de compra”, diz Sales.
Seja como for, em janeiro as vendas de caminhões usados cresceram na comparação com o mesmo mês de 2022. Segundo a Fenauto, as lojas independentes venderam 24.385 usados e seminovos no ano passado. Portanto, houve alta 16,9% ante as 20.863 transferências feitas em janeiro de 2022. Contudo, na comparação com dezembro, quando 28.894 negócios foram feitos, houve queda de 15,6%.