Nos primeiros nove meses de 2024, houve avanço na venda de caminhões elétricos no Brasil. Segundo a Fenabrave, que reúne as associações de concessionárias, os 369 emplacamentos representam alta de 57,7% em relação às 234 vendas feitas no mesmo período de 2023. Porém, em 2025 o cenário deverá ser diferente, de acordo com informações da Fenabrave.
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Segundo o presidente da Fenabrave, Andreta Junior, um dos motivos está relacionado à alta no preço da eletricidade. Sobretudo por causa do que já está sendo chamado de crise hídrica. Afinal, a maior parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de hidrelétricas. Entretanto, quando há redução dessa produção, é preciso acionar as termelétricas, que, além de serem poluentes, têm custo de operação mais alto.
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“Estamos com problema de seca. Há falta de chuva e as hidrelétricas e os reservatórios cada vez mais baixos”, explica a economista e sócia-diretora da consultoria MB Associados, Tereza Fernandez. Como resultado, segundo ela, haverá impacto no bolso do consumidor. “A oferta de energia no ano que vem pode ser menor. Além disso, já vivemos a realidade da bandeira vermelha a partir deste mês.", diz.
Venda de caminhões elétricos em 2024 vai bem
Seja como for, em 2024 a venda de caminhões elétricos deve continuar aquecida. Conforme o presidente da Fenabrave, Andreta Junior, neste ano o cenário é otimista sobretudo para caminhões elétricos que trafegam em áreas urbanas. Do mesmo modo, o setor de ônibus está sendo beneficiado sobretudo por mudanças feitas na legislação de vários municípios em direção ao um transporte público menos poluente.
Com resultado, de janeiro a setembro as vendas de ônibus elétricos somaram 219 unidades, ante 72 feitas em 2023. Portanto, fica claro que a base de comparação é muito baixa. Assim, percentualmente, a alta nas vendas é ainda mais expressiva. Ou seja, chega a 204%.
Brasil pode focar biocombustível
Vale lembrar que a retração no mercado de caminhões elétricos não deve ocorrer somente no Brasil. Na Europa, por exemplo, a infraestrutura de recarga desse tipo de veículo está muito mais avançada que a do País. Porém, os emplacamentos estão sendo impactados por outras questões, como a instabilidade econômica, sobretudo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Assim, houve aumento do custo de produção e distribuição de energia no continente europeu. Da mesma forma, a intensificação do conflito no Oriente Médio pode impactar os preços da energia. Por essa isso, Fernandez diz que o Brasil tem uma grande vantagem competitiva, por causa da oferta da geração de energia limpa e de biocombustíveis.