O programa holandês de subsídios para caminhões elétricos tornou-se um dos mais bem-sucedidos da Europa. Desde o lançamento, há três anos, foram feitas seis rodadas de incentivo, com um orçamento total de € 215 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão). A cada nova etapa, a demanda supera o limite em poucas horas. Assim, cerca de 2.800 caminhões foram contemplados. Esse ritmo revela um avanço expressivo na eletrificação do transporte pesado.
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Cavalos-mecânicos dominam as vendas entre os elétricos
Porém, o número ainda está distante do de outros países da Europa como a Polônia, por exemplo. Seja como for, no lançamento do programa, a expectativa era de que os chassis-cabine seriam os veículos mais vendidos. Afinal, esse tipo de modelo atende o transporte urbano e de distribuição. Todavia, dados divulgados recentemente revelam outra realidade. Do total, 44% são cavalos-mecânicos.
Portanto, são os caminhões pesados que lideram as vendas subsidiadas. Depois vêm os caminhões chassis refrigerados de uso rodoviário (semipesados), com 14% de participação. Em seguidos estão os chassis-cabine (leves) com 13%. Os demais tipos tiveram participação modesta e somam 5% do total.
Preços dos tratores elétricos estão em queda
Outro dado relevante é a redução do preço médio dos tratores elétricos. Segundo a Revista Truckstar, há dois anos esses veículos custavam entre € 360 mil e € 370 mil (de R$ 2,2 milhões a R$ 2,3 milhões). Atualmente, os valores giram entre € 330 mil e € 340 mil (R$ 2 milhões a R$ 2,1 milhões). Ou seja, houve redução média de € 30 mil (pouco mais de R$ 180 mil) nos preços médios.
Além dos avanços tecnológicos, a maior concorrência entre fabricantes explica essa redução. Entre os caminhões mais vendidos com subsídios estão o Mercedes-Benz eActros 600, o Volvo FH Electric e o Volvo FM Electric.

Empresas de todos os portes adotam caminhões elétricos
Ademais, a análise das empresas que receberam os incentivos mostra que a eletrificação não se limita a grandes grupos. Nesse sentido, cerca de 40% dos caminhões elétricos foram adquiridos por grandes transportadoras. Todavia, 32% por médias empresas e 28% por pequenas companhias.
No recorte por setor, 35% das beneficiadas atuam no transporte rodoviário comercial, 11% são locadoras de veículos e 10% pertencem a grupos financeiros. Os demais segmentos têm participações menores, próximas de 4%.
Subsídio pode chegar a R$ 715 mil por caminhão
Em 2025, o subsídio máximo concedido pelo governo holandês foi fixado em € 115 mil (cerca de R$ 715 mil na conversão direta) por veículo. O valor final depende da configuração escolhida, do preço de aquisição e do porte da empresa.
Além disso, o sucesso do programa se explica pela necessidade de adequação às novas leis ambientais da Holanda, que restringem a circulação de caminhões a diesel em grandes centros urbanos. Assim, o incentivo tornou-se um mecanismo de transição obrigatória para as frotas.
Polônia ainda enfrenta lentidão na implantação
Enquanto isso, na Polônia, os subsídios para caminhões elétricos começaram apenas em maio de 2025. Um dos mais atrasados da Europa. Contudo, o processo burocrático é tão demorado que nenhuma entrega foi registrada até o momento. O programa prevê incentivos de até 750 mil zlotys (aproximadamente R$ 940 mil) por veículo. Mas ainda não há dados sobre os primeiros beneficiários.