O caminhão novo está cada vez mais distante dos planos de muitos transportadores brasileiros. Entre os motivos estão os preços até 30% mais altos, por causa da entrada em vigor do Proconve P8. Além disso, as taxas de juros afastam possíveis interessados. Bem como a dificuldade para obter crédito. Portanto, para quem precisa ampliar ou atualizar a frota, o caminhão usado acaba sendo mais viável.
Conforme a Fenauto, federação que reúne as associações de lojistas independentes, em maio a venda de usados cresceu 23,1%. Em números absolutos, foram negociadas 30.880 unidades. Da mesma forma, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2023 as vendas cresceram 10,1%. Ou seja, de janeiro a maio as lojas venderam 136.191 unidades, ante as 123.751 do mesmo período de 2022.
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No mesmo sentido, as concessionárias reportam crescimento da demanda. De acordo com a Fenabrave, que representa as associações do setor, a alta foi ainda maior, de 23,23%. Em outras palavras, foram 31.066 caminhões usados em maio, ante 25.210 em abril.
Juros altos prejudicam venda de usados
Mesmo com o aquecimento das vendas no período, a Fenauto vê com cautela a perspectiva para o acumulado do ano. Recentemente, em entrevista ao Estradão, o presidente da entidade, Edilson Sales, disse que há tendência de queda. Conforme o executivo, isso está ligado a questões financeiras.
Além de a oferta de linhas de crédito ser reduzida, ele diz que os juros estão muito altos. Da mesma forma, os custos de manutenção e operação dos caminhões não param de subir. Como resultado, isso afeta sobretudo os caminhoneiros autônomos.