Fazer modelos de caminhão para uso militar era o foco da Willeme. Portanto, desde a fundação, em 1923, a marca francesa ficou conhecida pela performance e alta resistência de seus produtos. Mas foi o Willeme WR8, feito para testar pneus em diferentes situações e velocidades, que deu fama mundial à empresa.
Isso porque, em 1946 os contratos militares chegaram ao fim. Assim, a Willeme passou a oferecer seus caminhões a empresas de vários segmentos de mercado. Sobretudo dos setores de construção civil e transporte de madeira.
Assim, a fama de versatilidade e durabilidade dos caminhões atraiu a também francesa Michelin. Como resultado, um modelo capaz de realizar testes extremos com pneus da marca foi encomendado.
Publicidade
Leia mais
- Avançar sinal vermelho de madrugada pode? Entenda o que diz o CTB
- CEO da Volvo confirma lançamento do mini SUV elétrico EX30 em junho
- Caminhão GM Terex Titan foi o mais parrudo do mundo por 25 anos
Ou seja, em 1958 era lançado o Willeme WR8, ou Willeme-Michelin WR8 Type LD 910. De cara, chama a atenção o desenho nada convencional da dianteira, com capô longo e cabine estreita. De acordo com os engenheiros da empresa, esse era justamente o melhor atributo do novo caminhão. Com isso, o modelo podia alcançar altas velocidades.
Caminhão tinha motor de 240 cv a gasolina
De acordo com a empresa, sob o longo capô ficava o motor de 8 cilindros em linha e 18,05 litros movido a gasolina. A potência, de 240 cv, era entregue às 1.900 rpm. Além disso, a transmissão era manual de seis velocidades.
Com esse conjunto, o caminhão Willeme-Michelin WR8 Type LD 910 podia chegar a 150 km/h. Dessa forma, era possível avaliar pneus em diferentes velocidades. Bem como em variadas condições de uso. Além disso, ao aumentar ou reduzir a carga, sobretudo no eixo dianteiro, dava para aferir as respostas e o comportamento dos pneus.
O desenho inovador não estava apenas do lado de fora do caminhão. As linhas do interior da cabine remetiam às de aeronaves. E, como o espaço era reduzido, dava para levar apenas o motorista. ou piloto de testes, e um engenheiro.
Várias peças vieram de automóveis
Conforme a Teilhol, empresa que desenvolveu a cabine, várias peças vieram de automóveis. É o caso do para-brisa, por exemplo, emprestado do sedã Citroën DS. Com isso, foi possível acelerar a produção do caminhão. Além disso, a ideia era facilitar a manutenção em caso de necessidade de reparo, por exemplo.
O fato é que o caminhão rodou milhares de quilômetros na pista de testes Ladoux Michelin, na região de Clermont-Ferrand, na França. Conforme a empresa, o modelo continuou na ativa até a década de 1980.
Porém, como ficou muitos anos parado, o Willeme WR8 acabou se deteriorando. Felizmente, a Michelin deu início a um processo de restauro em 2005. Assim, atualmente o caminhão está em ordem e participa de eventos do setor de veículos por toda a Europa.
Por outro lado, a fabricante não existe mais. Segundo informações da imprensa europeia, a empresa declarou falência na década de 1970. Seja como for. alguns modelos da marca continuam rodando, nas mãos de colecionadores.