Desde que o Tesla Semi, caminhão elétrico da empresa de Elon Musk, começou a ser testado, muito se fala sobre a capacidade de suas baterias. Do mesmo modo, há dúvidas sobre sua eficiência no transporte de longa distância. Conforme a empresa, autonomia seria de até 800 km no caso da versão de topo. Ou seja, a com baterias de maior capacidade. Porém, testes indicam que o número está superestimado.
Assim, após quase dez meses da chegada do caminhão ao mercado, a PepsiCo revelou dados sobre o uso do modelo. Afinal, a empresa foi a primeira cliente do Tesla Semi. Segundo a companhia, os testes foram feitos em diferentes tipos de percurso. Além disso, os dados foram validados pelo Run On Less. Portanto, a entidade responsável por auditar os testes de caminhões elétricos nos Estados Unidos.
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Assim, já foram avaliados, além do Tesla Semi da PepsiCo, os Freightliner eCascadia utilizados pela Schneider National, bem como o Volvo VNR, da Performance Equipe. Dessa forma, para validar os testes na PepsiCo, foram utilizados caminhões carregados e em operações reais de transporte. Dessa forma, foi possível aferir a autonomia em diferentes percursos. Ou seja, de curta, média e longa distâncias.
Vale lembrar que a PepsiCo tem 21 Tesla Semi em seu armazém na Califórnia, nos EUA. De lá os caminhões saem para fazer entregas em pontos diferentes. Seja como for, a maioria percorre menos de 160 quilômetros por dia. Porém, três unidades rodam mais de 700 quilômetros. Ou seja, distância que o caminhão feito pela empresa de Elon Musk deveria rodar sem precisar de recarga.
Os testes
Dessa forma, para verificar os números em situações reais de uso, o estudo foi feito ao longo de 18 dias. Assim, nesse período os caminhões percorreram entre 400 km e 724 km por dia. Além disso, o peso brut total (PBT) de cada unidade foi de 37.200 kg.
Segundo a aferição, no primeiro percurso um dos caminhões percorreu 474 km com uma única carga. Quando terminou o trabalho, restavam 21% de energia nas baterias. Porém, no segundo trajeto, outro caminhão percorreu 571 km. E, após concluir a tarefa, as baterias tinham apenas 17% de carga. O Tesla Semi que percorreu a maior distância rodou 606 km. Mas chegou ao destino com 2% de bateria.
Conforme os testes, as condições eram as mesmas para todos os veículos avaliados. Ou seja, a temperatura da região por onde rodaram era de, em média, 34 graus. Do mesmo modo, a velocidade média na estrada variou de 90 km/h a 100 km/h. Entretanto, fatores como variações de topografia, padrões de condução e a carga exata de cada caminhão não foram especificados.
Seja como for, a PepsiCo revelou alguns dados. Inicialmente, indicam que o Tesla Semi precisa de, em média, 1,1 kWh de eletricidade para rodar 1 km. Como resultado, são necessários 110 kWh a cada 100 km. Com isso, com um pacote de baterias de 700 kWh, o Tesla Semi poderia, ao menos em tese, rodar 600 km entre as recargas.
Dessa forma, a conclusão é de que o caminhão é viável se houver boa infraestrutura de recarga nas estradas. Nesse caso, seria possível substituir os modelos com motor a combustão pelo Tesla Semi. Ou seja, embora não entregue a autonomia prometida, trata-se de uma boa opção para reduzir as emissões de poluentes no setor de transportes.