A Bridgestone lança no Brasil o pneu R167E, voltado a ônibus urbanos, caminhões de lixo e betoneiras. Ou seja, aos veículos que atendem operações urbanas. O produto chega para atender à eletrificação das frotas, que cresce nos grandes centros. Como novidade, o modelo conta com 20% mais quilometragem em relação à linha tradicional, além de maior recapabilidade.
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Além disso, o R167E pode ser utilizado em todas as posições do veículo, o que garante mais flexibilidade operacional. O modelo já sai de fábrica compatível com veículos elétricos na medida 295/80R22.5, desenvolvida para suportar o peso adicional das baterias e o torque elevado típico desse tipo de aplicação. Mas a marca ainda conta com a versão 275/80R22.5.
Tecnologias que aumentam a durabilidade
De acordo com o diretor comercial da Bridgestone, com Marcos Aoki, o pneu incorpora um conjunto de tecnologias que resultam em maior desempenho e vida útil. Entre os diferenciais estão os compostos Low RR, que reduzem a resistência ao rolamento e dissipam o calor, prolongando a carcaça. Além disso, o novo pacote de cintas protege contra pequenos furos e danos. Assim, reduzindo o descarte prematuro.
O R167E também recebeu uma banda de rodagem moderna, que garante até 20% mais quilometragem, bem como um talão reforçado para resistir ao sobrepeso e ao torque dos ônibus elétricos. Há ainda a tecnologia Cooling Fin que atua na refrigeração, diminuindo em até 5°C a temperatura do pneu em situações mais críticas, ampliando a durabilidade.
Garantias inéditas no mercado
O lançamento chega ao mercado acompanhado de dois programas de proteção inéditos no segmento. O primeiro é a Super Garantia Bridgestone R167E, que cobre danos acidentais, como furos, cortes e impactos, durante seis meses após a compra. O segundo é a Garantia R3 Bridgestone Bandag, que assegura a carcaça até a terceira recapagem quando o processo utiliza insumos da Bandag.
Segundo Aoki, essas iniciativas demonstram a confiança da companhia na robustez do produto. “O pneu precisa ser tratado como ativo de longo prazo, e não apenas como item de consumo. Essa visão reduz o custo por quilômetro e amplia o valor para o transportador”, diz.
Foco em mobilidade urbana sustentável
Todavia, vale ressaltar que R167E foi projetado exclusivamente para operações urbanas de baixa velocidade. Isso significa que ele não deve ser utilizado em rodovias de longa distância, já que foi desenvolvido para enfrentar os desafios específicos do tráfego urbano, como paradas constantes e frenagens com alta carga.
“Quando falamos em mobilidade urbana, falamos em conectar pessoas com segurança e qualidade. O R167E chega para cumprir esse papel e consolidar a Bridgestone como referência em soluções para um futuro mais sustentável”, explica o gerente de engenharia de vendas da Bridgestone, Roberto Ayala.
Ayala ainda lembra que o modelo se adapta às frotas de ônibus a gás. Uma demanda que deve crescer em algumas capitais do País nos próximos anos.
Mercado brasileiro em transformação
Para o responsável pela operação da Bridgestone no Brasil, Lafaiete Oliveira, o lançamento responde às mudanças do transporte urbano no País. O Brasil possui mais de 380 mil ônibus urbanos em circulação, uma das maiores frotas do mundo. E já registra crescimento de 141% em veículos elétricos em 2025, segundo dados da ABVE.
“O movimento de eletrificação é irreversível, principalmente nas cidades. O R167E reforça nosso compromisso com soluções sustentáveis e com a eficiência da mobilidade urbana”, explica Oliveira.
Vendas no Brasil e impactos do tarifaço
Além do segmento urbano, Lafaiete Oliveira destacou que o mercado brasileiro de caminhões ainda enfrenta dificuldades por causa dos juros elevados e da restrição no crédito. O que limita a renovação de frota e pressiona as vendas, sobretudo no agronegócio e no transporte de cargas. E isso impacta o negócio de pneus.
Contudo, o executivo ressaltou que o setor de ônibus mantém um comportamento distinto, já que depende da demanda por mobilidade urbana e não da oscilação da economia. E isso garante maior estabilidade e reforça o papel estratégico do novo pneu R167E dentro desse cenário de transformação.
Oliveira lembrou ainda que a indústria de pneus no Brasil sofre com a insegurança tributária e tarifária. Especialmente no mercado de exportação. Ele citou como exemplo a expectativa em torno da definição de tarifas nos Estados Unidos, um dos principais destinos da produção nacional. Essa incerteza pode comprometer a competitividade da fábrica de Santo André, que recebeu investimentos bilionários e foi modernizada com máquinas de última geração.
Segundo o executivo, manter previsibilidade fiscal e comercial é essencial para justificar novos aportes no País. Do mesmo modo, garantir que o Brasil se consolide como polo exportador de pneus de alta tecnologia.
A Bridgestone investiu R$ 1 bilhão nos últimos três anos em suas fábricas de Santo André (SP) e Camaçari (BA). As unidades receberam novos equipamentos de alta tecnologia e passaram a concentrar a produção de pneus de carga e passeio de forma mais estratégica. Dessa forma, a proposta é ampliar a competitividade tanto no mercado local quanto nas exportações.
