Notícias

Bravo Logística quer acelerar a rota da descarbonização

Bravo Logística amplia frota a gás, investe em infraestrutura e quer estar entre as protagonistas da transição energética no transporte

Andrea Ramos

18 de nov, 2025 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

Frota da Bravo Logística
Frota da Bravo Logística
Crédito:Bravo Logística/Divulgação
Frota da Bravo Logística

A Bravo Logística decidiu ampliar sua presença no transporte sustentável e acelerou a transição para combustíveis limpos. Assim, conforme já publicado pelo Estradão, a empresa, com foco no transporte de defensivos agrícolas, aposta no biometano. Dessa forma, instalou em sua base em Paulínia, no interior paulista, seu primeiro posto de abastecimento do biocombustível.

O chefe de sustentabilidade, Marcos Azevedo, explica que agora o foco é transformar a sustentabilidade em uma estratégia central.

A transportadora opera com mais de mil caminhões, administra 18 bases de distribuição e transporta 2 milhões de toneladas por ano, além de empregar 5 mil pessoas. Embora o setor ainda enfrente desafios estruturais, a Bravo Logística ampliou suas iniciativas para ganhar eficiência, bem como reduzir emissões enquanto mantém o ritmo de expansão das operações.

VEJA MAIS:

Do diesel ao biometano: a virada necessária

Azevedo afirma que a busca por eficiência começou com a chegada da norma Euro 6 e evoluiu rapidamente para os combustíveis alternativos. Em 2022, a companhia iniciou testes com três caminhões a GNV. E depois de aprender com a tecnologia, ampliou a frota para 23 unidades do Scania.


Essa decisão veio porque o gás já entrega resultados ambientais claros. Além disso, o biometano entrou no radar da empresa como uma solução ainda mais atrativa, já que garante redução de até 94% das emissões de CO₂ em comparação ao diesel tradicional.

Todavia, apesar de o custo por quilômetro ainda não mostrar grande diferença, Marcos destaca que a estratégia não pode depender apenas da calculadora. Ele reforça que protagonismo exige movimento e que a empresa prefere antecipar tendências para colher os resultados adiante.

Conforme explica, a Bravo Logística entende que o biometano avança rapidamente graças ao crescimento das plantas de biogás, ao interesse das distribuidoras e ao futuro certificado de garantia de origem. O que vai permitir transformar rotas inteiras em corredores verdes.

Por isso, a companhia criou pontos próprios de abastecimento e também abastece em postos parceiros. Atualmente, as operações já chegam a Uberaba, Londrina e Ibiporã e, com novas bases, devem alcançar Rio Verde e Goiânia.

Frota da Bravo Logística
Com ponto próprio de abastecimento Bravo projeta aumentar a frota a gás - Bravo Logística/Divulgação

Marco regulatório e mercado de carbono impulsionam a mudança

Nesse sentido, a aprovação do programa Combustível do Futuro e a criação do mercado regulado de carbono aceleram decisões no transporte. O executivo ressalta que empresas que emitirem mais de 10 mil toneladas de CO₂ terão de reportar emissões. Enquanto aquelas acima de 25 mil toneladas vão compram créditos ou reduzir seus impactos.

Por isso, a Bravo já prepara inventários auditados e estratégias que permitam medir e comprovar reduções. Ele afirma que quem não iniciar esse movimento vai enfrentar custos elevados no futuro, já que o carbono se tornará parte definitiva da logística.

Além disso, a regulação para biometano deve trazer segurança jurídica. Do mesmo modo, permitir investimentos mais robustos em infraestrutura e frota. Assim, fortalecendo o avanço dos combustíveis renováveis.

Multissoluções energéticas e o futuro do transporte

Embora a pressão ambiental cresça, o chefe de sustentabilidade da transportadora destaca que o diesel vai ser relevante por muitos anos. Especialmente porque o Brasil opera com uma das frotas mais antigas do mundo.

Entretanto, ele reforça que o País já tem condições para avançar com um mix de soluções. O cenário combina diesel mais eficiente, eletrificação urbana, biocombustíveis avançados, hidrogênio em médio prazo e biometano como protagonista imediato.


Ele lembra ainda que o Brasil traz vantagens que a Europa não tem. Ou seja, terras agricultáveis, matriz elétrica limpa e forte produção de biomassa. Assim, o País tende a seguir um caminho próprio, com soluções adaptadas à sua realidade logística e energética.

Motorista de caminhão no centro da transição

A mudança tecnológica exigiu capacitação. Portanto, a Bravo Logística criou um time com 15 motoristas masters que treinam continuamente os condutores. Dessa forma, para Marcos Azevedo, o motorista já entendeu a lógica dos caminhões a gás e sabe que a tecnologia melhora a média e oferece mais conforto. Contudo, ele ressalta que a profissão mudou completamente.

O motorista hoje trabalha com aplicativos, câmeras embarcadas, protocolos digitais e rotinas de segurança. Isso exige profissionalismo e reduz a visão romantizada da vida na estrada.

Além disso, a idade média dos condutores acima de 45 anos preocupa o setor e reforça a necessidade de atrair novos profissionais com melhores condições de trabalho. Nesse sentido, a Bravo adota políticas de segurança, descanso e gestão de risco para segurar talentos. Especialmente nas operações ligadas ao agronegócio, onde o fluxo se tornou contínuo ao longo do ano.

Siga o Estradão no Instagram!


Deixe sua opinião