Brasil venderá 113,5 mil caminhões; médios e semipesados protagonizam

Apesar das vendas menores, o ano de 2025 não será de todo ruim para o mercado de caminhões pesados. Conforme projeções da Fenabrave, a federação dos concessionários no País, o mercado vai encerrar com 113.552 unidades. Ou seja, um recuo de 7% na comparação com 2024.

Quem puxa a retração é o segmento de extrapesados, com uma queda de quase 20%. Afinal, a aquisição desses modelos está diretamente ligada ao financiamento. E, com os juros (Selic) a 15% ao ano, o transportador coloca o pé no freio e busca outras maneiras de atender contratos. A compra de usados, mais pujante neste ano, revela-se uma alternativa.

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Seja como for, de janeiro a setembro o setor emplacou 81.843 caminhões. Ou seja, retração de 7,6% em relação a igual período de 2024, ano em que a indústria vendeu 88.553 caminhões.

No entanto, setembro foi melhor do que agosto. Nesse sentido, no mês passado as concessionárias negociaram 9.579 caminhões. Ou seja, 8,8% a mais em relação a agosto, que encerrou com 8.805 unidades vendidas.

Porém, quando se compara setembro deste ano com o mesmo mês de 2024, há uma retração importante de 14%. Em outras palavras, naquele período a indústria emplacou 11.150 veículos de carga.

Posição das montadoras

Brasil vai vender 113,5 mil caminhões em 2025, sendo os médios maiores protagonistas — O caminhão de 11 t lidera vendas totais no Brasil e ajuda a Volkswagen a também manter a primeira posição como marca - Fotos: VWCO

No acumulado de janeiro a setembro, a liderança entre as fabricantes é da Volkswagen Caminhões e Ônibus, com 22.288 unidades vendidas e 27,23% de participação. A Mercedes-Benz aparece em segundo lugar, com 21.713 emplacamentos e 26,53% do mercado. A Volvo ocupa a terceira posição, somando 14.730 unidades, o equivalente a 18,0%. Logo atrás estão a Scania, com 10.078 caminhões (12,31%), a Iveco, com 6.251 (7,64%), e a DAF, com 5.803 (7,09%). Ademais, marcas como Foton, JAC, Agrale e Ford aparecem em patamares bem menores, com 626 (0,76%), 118 (0,14%), 84 (0,10%) e 48 (0,06%), respectivamente.

Todavia, enquanto os extrapesados sofrem os impactos da redução nas vendas, modelos como os médios ganham tração. Isso ocorre porque, mesmo com juros altos, o consumo se mantém aquecido.

Nesse sentido, o Volvo FH 540, que por 12 anos esteve na primeira posição nas vendas totais, agora deu espaço para o médio da Volkswagen, o Delivery 11.180. Para se ter ideia, o pesado da Volvo, de janeiro a setembro, teve 3.930 unidades emplacadas. Todavia, o caminhão da VWCO aparece com 4.951. Ou seja, 1.021 unidades a mais — algo inédito no comportamento da indústria.

Prova disso, é a lista a seguir de vendas no mês de setembro. Dos 10 caminhões mais vendidos, apenas os modelos Volvo FH de 540 cv e 460 cv aparecem no ranking representando os extrapesados rodoviários. Além do Volvo VM 360 6x4 destinado ao fora de estrada.