Ao longo das décadas, a indústria automotiva produziu algumas criações absolutamente extraordinárias. No entanto, poucas conseguiram ser tão icônicas quanto o Mercedes-Benz Blue Wonder, o lendário caminhão de transporte de carros baseado em modelos esportivos da marca alemã. Conhecido como Maravilha Azul, ele atravessou gerações e continua atraindo olhares por onde passa.
Apresentado em 1955, o Blue Wonder logo se tornou um dos caminhões mais famosos do mundo. A combinação entre design ousado e desempenho surpreendente conquistou fãs dentro e fora das pistas. Prova disso é que a Mercedes-Benz decidiu reconstruí-lo em 2001, após o modelo original ter sido sucateado em 1967. Desde então, a réplica histórica ocupa lugar de destaque no museu da marca, em Stuttgart, Alemanha. E ainda viaja para eventos icônicos, como o Goodwood Festival of Speed, na Grã-Bretanha, onde esteve na semana passada.
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Por que a Mercedes construiu o Blue Wonder?
Embora não exista um registro oficial sobre os motivos da criação do Blue Wonder, a explicação mais aceita é bastante simples: porque a Mercedes-Benz podia. Em outras palavras, na temporada de corridas de 1955, a equipe precisava de um caminhão rápido o suficiente para transportar os carros de competição de forma ágil entre os circuitos. Dessa forma, alguns engenheiros decidiram desenvolver um veículo próprio. Assim, reunindo o melhor que a marca oferecia na época.
Para isso, eles utilizaram o chassi do Mercedes-Benz 300S, o carro mais caro da empresa naquele período. Cada detalhe foi pensado para tornar o caminhão único. Muitos dos painéis da carroceria vieram do W120 Ponton, mas foram moldados manualmente para se adaptar ao projeto. Além disso, a grade e a traseira foram inspiradas diretamente no 300SL Gullwing, um dos esportivos mais icônicos da história.
Claro que, para acompanhar o visual esportivo, o motor também precisaria estar à altura. Por isso, o time de engenheiros escolheu o lendário seis cilindros de 3 litros do 300SL Gullwing, que gerava 192 cv — ligeiramente menos que no esportivo. Mas suficiente para levar o caminhão a impressionantes 170 km/h. Vale lembrar que, na época, essa velocidade era absurda para um caminhão. Inclusive, o modelo recebeu freio motor, um recurso inusitado para veículos de transporte na década de 1950.
Apesar de todo esse investimento, o Blue Wonder teve vida curta. A Mercedes-Benz se retirou oficialmente das competições no fim de 1955. Dessa forma, o caminhão passou a ser utilizado pelo departamento de testes da marca. Em 1967, acabou sucateado. Mas a lenda nunca morreu.
A réplica que mantém viva a história
Décadas depois, o fascínio pelo Blue Wonder permaneceu tão forte que, em 2001, a Mercedes-Benz decidiu reconstruí-lo fielmente. Para isso, usou os desenhos originais de fábrica.
Desde então, a réplica histórica participa de exposições e eventos pelo mundo. Sendo uma das maiores atrações do Museu Mercedes-Benz.
Na última semana, mais uma vez, o caminhão encantou entusiastas ao aparecer no Goodwood Festival of Speed, na Inglaterra. Assim, reafirmando seu status como uma peça insubstituível da cultura automotiva mundial.
