A Scania lança no Brasil o 560 G 8x4 XT. Segundo a marca, um dos destaques do novo caminhão, cujo foco é o setor de mineração, é o trem de força batizado de Super. Até então, o único modelo com a nova tecnologia era o 460 G 6x4, que estreou na Fenatran de 2022.
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Além dessa dupla, a Scania oferece os modelos G 450 6x4 e G 500 8x4 da geração NTG. Porém, sem a opção Super que, conforme a marca, garante redução de consumo de diesel de até 8%. Para isso, além de ajustes no motor, há atualizações em sistemas como transmissão e eixos, por exemplo.
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Seja como for, o novo Scania 560 G Super XT Heavy Tipper é cerca de R$ 100 mil mais caro que a versão G 500 XT. Assim, a tabela parte de R$ 1,3 milhão. De acordo com a fabricante, ante os concorrentes diretos, o novo caminhão chega a ser até 15% mais econômico.
Scania Super para mineração
Vale lembrar que, assim como os demais caminhões feitos no Brasil desde janeiro, o Super atende as normas do Proconve P8. Ou seja, o programa brasileiro de redução de emissões equivalente ao Euro 6. De acordo com a Scania, seu motor D13 de seis cilindros em linha gera 560 cv de potência e torque de 286 mkgf disponível a partir das 950 rpm.
Para isso, segundo a Scania, a taxa de pressão da injeção de diesel aumentou para até 250 bar. Além disso, o D13 tem duplo comando de válvulas no cabeçote. Completa o conjunto a caixa de câmbio G33 Heavy Planetary, com foco em operações de mineração.
Embora seja baseada na transmissão de caminhões rodoviários, a nova caixa traz inovações nos sistemas de engrenagem. Sobretudo para garantir maior robustez. As peças são 12 mm mais longas porque, conforme a engenharia da Scania, a engrenagem planetária é a mais exigida nesse tipo de operação.
O que muda no novo câmbio
Esse conceito ajuda a distribuir melhor os esforços da caixa de 14 marchas, das quais duas são Crawler. Vale ressaltar que esse câmbio trabalha em conjunto com um eixo com 210 t de capacidade. Da mesma forma, o motor entrega muito torque. Além disso, o caminhão opera com peso bruto total (PBT) de 60 t.
Isso explica porque as trocas de marchas têm de ser mais rápidas. A Scania retirou os anéis sincronizadores da G33. Ou seja, agora todos os eixos fazem as mudanças. E de forma sincronizada: a rotação entre os eixos ocorre mais rápido em relação aos anéis sincronizadores.
Com isso, a Scania traz uma solução para um problema recorrente na mineração. A dificuldade que os caminhões carregados têm para realizar trocas de marchas em subidas. Isso ocorre pelo espaçamento entre uma troca e outra, o que gera perda de velocidade.
Com a novidade da G33, e o alto torque do motor, tudo ocorre muito rápido. Dessa forma, o caminhão tem força para subir ou mesmo sair da inércia. E de forma dinâmica. Além disso, o segmento fora de estrada trabalha por hora. Nesse sentido, o intervalo de manutenção, como troca de óleo, saiu de 500 horas para 750 horas.
Mais de 1.000 cv de frenagem
Outra novidade dos caminhões off-road Super é a junção do freio-motor CRB, por compressão, que trabalha em conjunto com o retarder. Juntos, garantem um poder de frenagem de 1.153 cv. O sistema pode ser acionado pela alavanca do lado direito do volante. Na mesma alavanca, o motorista faz as trocas de marcha, caso opte pelo modo manual.
560 G é mais forte
O Estradão andou nos modelos G 500 e 560 G. Ou seja, caminhões com tecnologias distintas. Ambos estavam com 10 t de carga líquida. Nossas impressões foram na mesma pista. Portanto, nas mesmas condições de rodagem, com estrada de terra pouco acidentadas e aclives e declives.
O 560 G é muito mais ágil. E traz respostas mais rápidas ao pedal do acelerador frente ao G 500. Ambos trabalham em regime baixo de rotação. Porém, no 560 G isso é notadamente mais fácil de alcançar. Isso ocorre porque a capacidade de arranque do novo caminhão é sete vezes maior. Graças à 1ª marcha com relação de 20,8:1.
Por exemplo, enquanto saímos da inércia em primeira marcha, com a caixa G33 no modo automatizado da Opticruise, a rotação não passou dos 1.000 rpm. Outra dica do "master drive" da Scania, Aylon dos Santos, foi de acionar o modo econômico ao iniciar uma subida. Sem ele, a rotação do motor, a 25 km/h em 8ª marcha foi para 1.500 rpm. Ao acionar este modo, o caminhão manteve o mesmo ritmo. Mas com motor a 1.100 rpm. Ou seja, na faixa verde.
Modos de condução
Vale lembrar que, além do modo econômico de condução, há ainda o Standard, bem como modo Potência (para mais torque). Tem ainda o off-road, que traz mais eficiência nas condições fora-de-estrada, cujo piso naturalmente é mais acidentado e escorregadio.
Já o Scania G 500, de fato, ao sair da inércia não entrega a mesma força que o irmão maior. Claro que a justificativa para isso são os 60 cv de potência a menos, bem como o torque menor de 260 mkgf. Mas, em relação às trocas de marcha, não há diferença notável. O Scania R 500 ainda é equipado com a caixa GRSO 935, com anéis sincronizadores.
Além disso, outra novidade na gama Super off-road é a quesito segurança. Ou seja, os caminhões saem com airbags laterais e de cortina como itens de série - são os únicos da categoria com essas bolsas infláveis.
Opções ao cliente
Os modelos da nova linha off-road Super são oferecidos nas cabines P e G, em alguns casos a R. Todos com o pacote XT de itens personalizados para as aplicações fora de estrada. Há ainda o modelo com motor V8 de 660 cv destinado às operações superpesadas, com caminhões 10x4. Assim como as versões movidas a gás e biometano, com potências de 280 cv e 410 cv. Mas, para o próximo ano, a Scania promete modelos com motores de 420 cv e 460 cv.