A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) lançou o White Paper Cybersecurity 2025, um estudo que aborda os desafios e riscos relacionados à cibersegurança veicular no Brasil. O documento foi apresentado no Seminário AEA de Segurança e Conectividade, em São Paulo, no dia 15 de maio.
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O white paper (folha em branco), como é chamado esse tipo de estudo, é um documento técnico que apresenta análises, reflexões e recomendações sobre um tema específico. No caso da AEA, a proposta foi reunir especialistas da indústria para discutir como a crescente digitalização dos veículos aumenta a exposição a ameaças digitais.
No documento, a AEA diferencia dois conceitos essenciais: segurança cibernética, que trata das ameaças intencionais, como ataques planejados por hackers, e segurança funcional, que abrange falhas acidentais em sistemas elétricos e eletrônicos. De acordo com a associação, a indústria deve considerar ambos os aspectos para garantir o funcionamento seguro e confiável dos veículos.
“Veículos que se comunicam entre si, com o ambiente e com os usuários representam grandes desafios, mas também oportunidades extraordinárias. Esses debates são essenciais para que possamos construir propostas de regulamentações sólidas, aplicáveis e capazes de reduzir acidentes e salvar vidas”, afirmou Everton Lopes, vice-presidente da AEA, durante o evento na capital paulistana.
Riscos digitais
O avanço da conectividade, da inteligência artificial e dos sistemas embarcados transformou os automóveis em “computadores sobre rodas”, conforme apontou a AEA. No entanto, o documento alerta que essas ferramentas abrem possibilidades para ataques cibernéticos que podem comprometer a segurança dos veículos, dos ocupantes e de terceiros.

De acordo com o estudo da AEA, invasores podem explorar falhas em veículos com sistemas digitais embarcados, aplicativos conectados ou mesmo em dispositivos de diagnóstico. Há risco de comprometimento dos freios, da direção ou de dados pessoais dos ocupantes, dependendo do nível de acesso obtido.
Entre os cenários analisados, a AEA menciona ataques a atualizações remotas via internet, conhecidas como over-the-air (OTA). Esse tipo de vulnerabilidade pode permitir, por exemplo, que criminosos alterem softwares sem o conhecimento do proprietário, instalando códigos maliciosos ou desativando funções críticas do veículo.
O estudo também alerta para a exposição causada por interfaces como Bluetooth, Wi-Fi e redes celulares, comuns em veículos conectados. Segundo os especialistas, o risco cresce com a integração a smartphones, plataformas de entretenimento e sistemas de navegação.