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Acidentes em rodovias do Brasil têm 10 mortes a cada 100 vítimas

Segundo especialistas, o excesso de velocidade e o desrespeito às leis de trânsito estão entre as principais causa de acidentes em rodovias do Brasil

Aline Feltrin

15 de fev, 2022 · 6 minutos de leitura.

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rodovias brasileiras
Crédito:Randon

A história é antiga, mas continua sendo motivo de preocupação para todos os envolvidos. Ou seja, caminhoneiros, passageiros, motoristas de veículos particulares e de empresas que atuam no setor de transporte rodoviário de cargas e de passageiros. Bem como de autoridades e especialistas em saúde e segurança, entre outros. Estamos falando dos acidentes em rodovias federais brasileiras que somaram 63.447 ocorrências registradas em 2021. 

Ou seja, foram mil casos a mais que em 2020. Os números são da Polícia Rodoviária Federal e estão compilados no painel específico da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Além disso, o número de mortes também cresceu. A cada 100 acidentes com vítimas, houve, em média, 10 mortes no ano passado.

Como resultado, em 2021 foram perdidas 5.391 vidas em acidentes em rodovias do País. Ou seja, são 100 a mais do que 2020. Deste total, 854 pessoas eram ocupantes de caminhões. Assim, representam 15,9% do total. Por sua vez, motoristas e passageiros de ônibus representaram 3,2%, com 170 mortes.


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Assim, o custo anual estimado dos acidentes nas rodovias foi de R$ 12,19 bilhões. Dessa maneira, a análise da CNT mostra que o valor é muito superior aos R$ 5,76 bilhões investidos em rodovias em 2021.

Volvo/Divulgação

Segundo o presidente da CNT, Vander Costa, os resultados lançam luz para a necessidade de dois tipos de ação. Ou seja, a melhoria da infraestrutura rodoviária e a educação de trânsito com foco na segurança viária. "Essas medidas podem, portanto, contribuir para reduzir o número de acidentes e a gravidade deles." 


Tombamento está em terceiro no ranking

De acordo com dados do painel, em 2021 o tipo mais frequente de acidente foi a colisão, com 60,2% dos casos. Aliás, 61,3% das mortes em acidentes nas rodovias estão relacionados a esse tipo de caso. Por sua vez, a saída da pista representou 15,6% do total e o tombamento e capotamento, 12%.

Vale mencionar que o tombamento de caminhão é um dos tipos de acidentes que mais preocupam. Principalmente quando o veículo transporta cargas de alto risco. Por exemplo, combustíveis e produtos químicos ou tóxicos. 

Conforme especialistas, a principal causa do tombamento é o excesso de velocidade. Em geral, esse tipo de acidente acontece em curvas. Ou seja, quando todo o peso acaba sendo transferido para um dos lados do caminhão.


Fatores de risco

De qualquer maneira, o fator humano é a principal causa de acidentes. Inclusive, é um fator mais relevante do que as condições da via. Bem como do que defeitos mecânicos. Segundo estudos feitos pela Polícia Rodoviária Federal.

Neste sentido, o diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Flavio Adura, disse ao Estradão que a velocidade excessiva é reconhecidamente a principal causa de acidentes com mortes envolvendo caminhoneiros ao volante.

Adura também destaca como fatores de risco o uso de álcool e de drogas. "Há ainda quem recorra a isso para conseguir se manter acordado para dirigir por muitas horas", diz o médico.


Além disso, o uso de aplicativos de mensagem vem se destacando como um importante aspecto de distração. De acordo com Adura, essa prática enquanto dirige aumenta em 20 vezes o risco de acidentes.  

De qualquer maneira, a falta de descanso adequado, comum sobretudo entre caminhoneiros autônomos, também aumenta muito o risco. "Temos a Lei do Descanso para ajudar nesse sentido, mas algumas mudanças no texto original são desfavoráveis", diz Adura.

Segundo ele, houve flexibilização no texto original. ´Por exemplo, isso está ligado à permissão para a realização de horas extras. Bem como contar o período para carga e descarga como descanso. Além disso, a lei permite que o motorista durma dentro do caminhão. "Ele não descansa direito e ainda coloca a segurança em risco", afirma o diretor científico da Abramet.


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