O coronavírus é uma ameaça também aos profissionais do setor de transportes, como caminhoneiros, motoristas de ônibus e vans. O risco é maior no caso de veículos que são compartilhados, como os de frotas. Isso porque o vírus pode permanecer ativo por algum tempo em superfícies (sobretudo metálicas) tocadas por pessoas infectadas.
O vírus que surgiu na China no fim do ano passado já chegou a 100 países, segundo a Organização Mundial da Saúde. Há registro de mais 3,5 mil mortes e 100 mil infectados no mundo todo.
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No Brasil, são 25 casos confirmados. Do total, 16 foram registrados em São Paulo, três no Rio de Janeiro e dois na Bahia. Espírito Santo, Alagoas, Minas Gerais e Distrito Federal têm um caso cada. O País tem 663 casos suspeitos e 632 análises foram descartadas.
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Apesar de ter grande capacidade de contágio, a letalidade do coronavírus não é considerada alta. Segundo informações do Ministério da Saúde e da OMS, não há motivo para pânico. O risco de contaminação pode ser evitado com providências basante simples.
Como evitar o coronavírus
Para os motoristas, sobretudo de caminhões, ônibus e vans, é recomendável limpar regularmente com sabão ou álcool partes do veículo como o volante e a alavanca de câmbio. Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por 20 segundos também ajuda muito. Se não houver água e sabão, é possível utilizar um desinfetante para as mãos à base de álcool. Outras medidas eficazes são:
Evite tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
Evite contato próximo com pessoas doentes;
Fique em casa se estiver doente e avise a empresa ou transportadora o quanto antes;
Fique em casa se apresentar febre por mais de 24 horas e avise a empresa ou transportadora o quanto antes;
Cubra boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogue-o no lixo;
Limpe e desinfete com frequência objetos e superfícies tocados regularmente, como volante, alavanca de câmbio, haste de seta, dos limpadores de para-brisa, maçanetas de portas e vidros do veículo, bem como os botões de acionamento de itens elétricos.
Amazon quer que transportadoras orientem motoristas
Nos Estados Unidos, a Amazon quer que as transportadoras orientem seus funcionários, principalmente os motoristas de caminhão e vans, sobre o coronavírus. A gigante do setor de comércio eletrônico utiliza uma frota de 40 jatos de carga, 20 mil tratores, 7 mil caminhões e vários navios. A informação é do site Business Insider.
Em e-mail enviado às empresas de transporte, a Amazon pede que os colaboradores da cadeira de transporte lavem as mãos regularmente. Os motoristas também devem desinfetar o volante e outras partes dos caminhões e vans.
A Amazon recomenda que as pessoas que apresentarem algum sintoma suspeito fiquem em casa. Se houver febre, a orientação é que o colaborador aguarde ao menos 24 horas antes de se apresentar à empresa.
Motoristas dos EUA não sabem o que fazer
Segundo o Business Insider, caminhoneiros que trabalham para empresas contratadas pela Amazon disseram não haver recebido orientações das transportadoras acerca do vírus. Um motorista disse ao site que estava “carregando uma garrafa enorme de desinfetante para as mãos” e lavando as mãos com água e sabão sempre que possível.
Muitos motoristas tinham dúvidas acerca da maneira correta de manusear objetos, muitos dos quais feitos fora dos EUA. Segundo informações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças do país, nesses casos o risco de contágio é baixo.
Risco de pandemia
Com casos do novo coronavírus registrados em mais de cem países e a contaminação de mais de cem mil pessoas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira, 9, que o risco de uma pandemia é real. É considerada pandemia quando uma doença infecta, simultaneamente, pessoas ao redor de um continente ou o mundo todo. Essa classificação permite ampliar a lista de alerta de países para a doença.
“É certamente problemático que tantas pessoas em tantos países tenham sido afetadas tão rapidamente. Agora a presença do coronavírus ocorre em tantos países que a ameaça de uma pandemia é real. Mas essa não seria a primeira pandemia na história que poderia ser contida. Não estamos à mercê deste vírus”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em seu comunicado diário à imprensa.
Na China, 70% venceram a doença
“A grande vantagem que temos é que as decisões que todos tomamos, como governos, negócios, comunidades, famílias e indivíduos podem influenciar a trajetória dessa epidemia. Precisamos lembrar que, com uma ação decisiva e rápida, podemos desacelerar o coronavírus e prevenir infecções. Entre aqueles que estão infectados, a maioria vai se recuperar”, afirmou Ghebreyesus.
Ele lembrou que na China, de 80 mil casos reportados, mais de 70% das pessoas se recuperaram.
Giovana Girardi, Paula Felix