O aumento do ICMS sobre combustíveis, anunciado pelo Confaz e válido a partir de janeiro de 2026, promete mexer diretamente no bolso de frotistas, transportadoras e consumidores. Embora o diesel tenha registrado alta de 3% em 2024 e leve queda de 1% em 2025, a tendência para 2026 muda de direção e aponta para mais pressão nos custos logísticos.
Além disso, como o transporte rodoviário concentra a maior parte da distribuição de mercadorias no Brasil, qualquer ajuste no combustível afeta toda a cadeia produtiva.
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Segundo a publicação no Diário Oficial, o imposto sobre o diesel passa de R$ 1,12 para R$ 1,17 por litro. Entretanto, mesmo o menor reajuste do diesel, quando aplicado em escala nacional, produz impacto significativo nas operações de transporte.
Repasse será imediato nos postos e, depois, nos produtos
O especialista em combustíveis do Gasola by nstech, Vitor Sabag, explica que os postos costumam repassar o novo valor assim que recebem a tabela atualizada. Dessa forma, o impacto aparece de imediato no abastecimento de frotistas e motoristas de caminhão. Além disso, ele alerta que, ao longo dos meses seguintes, o aumento pressiona os custos logísticos e chega à precificação de alimentos, bens de consumo e produtos industrializados.
Sabag ressalta que o diesel ainda move a maior parte da frota nacional. Portanto, o frete mais caro afeta mercadorias transportadas e, por consequência, eleva a inflação. “O consumidor final sente o aumento mesmo sem ter veículo a diesel”, afirma.
Gestão eficiente vira estratégia de sobrevivência
Para minimizar os efeitos do combustível mais caro, Sabag recomenda atenção redobrada à gestão. Monitorar preços por região possibilita identificar oportunidades de economia.
Além disso, negociações com fornecedores e escolha criteriosa dos pontos de abastecimento fazem diferença no caixa das transportadoras. Planejar o abastecimento de cada viagem, segundo o especialista, evita gastos desnecessários e melhora o uso dos recursos.
Todavia, ele lembra que o cenário político tende a influenciar os reajustes. Com eleições em 2026, decisões da Petrobras podem aumentar a volatilidade ou, eventualmente, segurar preços artificialmente. Ainda assim, o aumento de R$ 0,05 no ICMS já deve anular a queda acumulada de cerca de 1% no preço do diesel registrada até outubro de 2025.
Tendência para 2026 é de nova alta no diesel
Para 2026, a continuidade de queda como ocorreu em 2025 dependeria de um recuo ainda mais acentuado no dólar e no barril de petróleo. Ou seja, cenário considerado improvável por Sabag.
