O caminhão elétrico chinês Windrose R700, conhecido pela semelhança marcante com o Tesla Semi, finalmente conquistou a homologação da União Europeia. Depois de dois anos circulando pela Europa com placas temporárias, o modelo concluiu 44 meses de testes rigorosos e obteve todos os 43 documentos exigidos para comercialização no bloco. Conforme publicado pelo Estradão, o modelo também já conquistou o mesmo nos Estados Unidos.
Assim, a marca se prepara para iniciar as vendas e ampliar presença nas frotas europeias. Além disso, a homologação abre caminho para que as primeiras unidades oficialmente liberadas trafeguem nas estradas europeias ainda este ano.
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A empresa também planeja firmar, até o fim de 2025, um acordo definitivo para a instalação de uma fábrica de montagem na Bélgica, perto de Antuérpia. O plano prevê montar os caminhões na Europa usando kits pré-fabricados enviados da China. Todavia, o projeto belga ainda depende de arranjos financeiros e regulatórios.
Autonomia alta, preço agressivo e um desafio às marcas tradicionais

O Windrose R700 aposta em uma combinação que atrai transportadores. Ou seja, autonomia declarada de até 670 km e preço de cerca de € 250 mil, algo em torno de R$ 1,5 milhão. Em comparação, modelos europeus elétricos com autonomia entre 500 e 600 km costumam custar mais caros. Assim, esse posicionamento coloca o chinês como uma alternativa economicamente tentadora.
Além disso, a marca promete entregar um desempenho capaz de competir diretamente com Scania, MAN, Mercedes-Benz e Volvo em rotas regionais e de longa distância. Porém, especialistas do setor questionam como o fabricante conseguirá manter esse valor agressivo enquanto estrutura rede de serviços, peças e suporte técnico, cruciais no competitivo mercado europeu.
Controvérsias financeiras levantam dúvidas sobre a operação
No entanto, nem tudo avança sem turbulências. Nos últimos meses, a Windrose se tornou alvo de polêmicas depois que um ex-gerente americano relatou publicamente problemas financeiros internos. Incluindo atrasos salariais e falta de infraestrutura adequada, como escritórios.
Além disso, o projeto da fábrica na Bélgica ganhou contornos incertos quando o governo da Flandres recusou apoio financeiro à marca. A negativa trouxe questionamentos sobre a real viabilidade do plano industrial europeu da Windrose, que já buscava consolidar imagem e credibilidade no continente.
Expansão ousada em meio as incertezas
Seja como for, a homologação da UE marca um passo decisivo para o R700 e posiciona o caminhão como um concorrente direto em um dos mercados mais exigentes do mundo. Porém, os desafios financeiros, a imagem controversa e as dúvidas quanto à operação belga podem determinar o ritmo e o futuro da expansão da Windrose.