Caminhões pesados: Volvo FH 540 lidera, mas o volume é dos modelos 6x2

O setor de caminhões pesados mergulhou em um ciclo de retração entre janeiro e outubro de 2025. Apesar de ainda protagonizar as vendas totais com 44,7%. O índice era de 51,2% no mesmo período do ano passado.

Seja como for, a queda veio do endividamento do agronegócio, maior comprador dessa categoria. Assim como do acesso cada vez mais restrito ao crédito, especialmente para financiamentos de longo prazo.

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Além disso, o cenário macroeconômico deteriorou a intenção de compra das transportadoras que tradicionalmente renovam suas frotas com modelos traçados (6x4) para rodotrens. O agro não acelerou as compras. E o impacto refletiu diretamente no desempenho da categoria mais pesada do mercado.

Volvo FH 540 segue líder entre caminhões pesados, mas perde o trono geral

Mesmo em um ambiente adverso, o Volvo FH 540 continuou como o extrapesado mais vendido do Brasil no acumulado do ano, com 4.565 unidades. Todavia, o modelo perdeu o status de caminhão mais vendido do País, posição que agora pertence ao médio Volkswagen Delivery 11.180, que registrou 5,5 mil emplacamentos até outubro. O médio da VW indica que o mercado mudou de eixo e deve seguir dominante até dezembro.

O ranking dos caminhões pesados confirma a força da Volvo. Afinal, que o FH 460 aparece na segunda posição com 3.058 unidades, além do VM 360 (2.740) e do Volvo FH 500 (1.792).

Indústria compra mais 460–480 cv e reduz procura por 6x4

Todavia, o desempenho dos números também mostra um comportamento importante. Os extrapesados na faixa de potência de 460 e 480 cv ganharam espaço de forma consistente. Modelos como Volvo FH 460, Scania R 460, DAF XF 480, VW Meteor 480, Iveco S-Way 480 e Mercedes-Benz Actros 480 avançam entre as escolhas das frotas.

Essa tendência reforça que as empresas priorizam caminhões 6x2. Ou seja, mais econômicos e adequados para aplicações rodoviárias de menor peso bruto total combinado. Além disso, esses modelos rodam com implementos quatro eixos que segue aquecido em vendas.

Dessa forma, o movimento confirma que o agronegócio não puxou as compras em 2025, porque o setor normalmente demanda mais pelos modelos 6x4 traçados para operações pesadas, e maiores potências para o transporte de grãos com rodotrens. Com o crédito caro e o produtor rural mais alavancado, as grandes composições não ganharam protagonismo neste ciclo.