Fundada em 1952, a Kaufmann virou referência em veículos comerciais no Chile. Segundo a empresa, que representa a Mercedes-Benz no país, construiu um negócio que preserva a tradição familiar sem abrir mão de novas tecnologias. Como resultado, o grupo ampliou sua área de atuação e atualmente está presente também no Peru, Costa Rica, Nicarágua, Colômbia e Panamá.
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Conforme o gerente da divisão de ônibus e vans do grupo, Max Kaufmann, isso é fruto da parceria sólida com a Mercedes-Benz. Neto do fundador da empresa, ele diz que a marca oferece “soluções completas, e não apenas veículos”. O executivo afirma que isso é essencial em locais como o Chile, em que há altitudes extremas, ocorrência de temperaturas muito baixas e intensa operação na área de mineração.
Assim, ele afirma que o país reúne características muito específicas. Ou seja, com regiões costeiras com salinidade elevada, áreas desérticas com calor intenso e serras com neve constante acima de 4 mil metros de altitude. No caso das minas, o transporte de trabalhadores requer veículos com chassi reforçado e bom nível de proteção contra a corrosão, assim como com motores de alto desempenho.
Mercedes-Benz fornece produtos específicos para a região
Assim, Kaufmann diz que é preciso conhecer essas especificidades desde a fase de pré-venda para oferecer a solução mais adequada a cada cliente. Assim, a meta da empresa é entregar o veículo pronto para entrar em operação imediatamente. Para isso, a companhia conta com a parceria da Mercedes-Benz do Brasil em todas as fases do processo. Ou seja, da negociação ao pós-venda.
Isso inclui do treinamento técnico á customização, passando pela escolha de componentes adequados a cada tipo de aplicação. Nesse sentido, a Kaufmann tem um centro de distribuição com mais de 120 mil itens. Isso garante a manutenção preventiva e corretiva, desde a chegada do veículo montado.
Segundo Kaufmann, a concessionária finaliza a configuração dos veículos antes da entrega. Nesse sentido ele destaca a instalação de soluções anticorrosivas para veículos que vão atuar em áreas de mineração. Bem com de reforços na suspensão e pneus adequados para rodar em pisos irregulares.

Liderança em operações severas
Segundo Kaufmann, esse cuidado fez com que a empresa se tornasse referência no setor de transporte robusto na América Latina. Da mesma forma, garantiu destaque no segmento de ônibus rodoviários utilizados no transporte de funcionários de minas, um dos setores mais importantes da economia do país.
“O cliente precisa ter certeza de que o veículo vai funcionar em condição extrema. Por isso, o conceito de parceria começa antes da venda e só termina no fim do ciclo de vida útil do produto”, diz o executivo. Seja como for, a Kaufmann também atende frotas de fretamento corporativo, companhias de turismo e até de transporte de longa distância.
Ou seja, são modelos com tecnologias como freio automático, controle eletrônico de estabilidade e monitoramento da pressão dos pneus. Nos casos de fretamento para empresas de mineração, os veículos chegam a rodar mais de 7 mil km por mês em vias públicas e em estradas com pavimento degradado.
Mineração impulsiona demanda por veículos da Mercedes-Benz
Conforme Kaufmann, o setor de mineração representa cerca de 15% do PIB chileno. Como resultado, há desafios constantes para fabricantes e operadores de frota. Nesse contexto, a Kaufmann desenvolveu, em conjunto com a Mercedes-Benz do Brasil, um processo específico de proteção do chassi contra corrosão.
Além disso, para atender operações de mineração o veículo deve ter sistemas avançados de segurança ativa. É o caso do ABA 5, que identifica ciclistas e pedestres e aciona a frenagem de emergência de forma automática. Esses pacotes vêm de série nos ônibus rodoviários da Mercedes-Benz vendidos pela empresa.
Eletrificação avança nos centros urbanos
Embora o foco do grupo seja a tecnologia Euro 6, que passa a ser obrigatória no Chile em janeiro de 2026, Kaufmann também aposta na eletrificação. Assim, já há ônibus elétricos rodando em testes no país há mais de um ano. No mesmo sentido, ele diz que já vendeu 15 unidades do caminhão elétrico eActros.
O tema vem ganhando força sobretudo por causa de inovações implementadas no transporte público. Assim, as licitações para o sistema Transantiago, que engloba a região metropolitana da capital do Chile, contempla a aquisição de ônibus elétricos. Embora as marcas chinesas liderem as vendas, Kaufmann diz que acredita no bom potencial do chassi elétrico eO500U feito pela Mercedes-Benz do Brasil.
Seja como for, há grandes desafios para o avanço da eletrificação sobretudo em zonas rurais e trajetos de longa distância. Isso inclui a limitada infraestrutura de recarga e as condições severas de relevo. “Há muito potencial para eletrificação. Porém, precisa fazer sentido em toda a cadeia. No Chile, isso se aplica mais rapidamente às cidades grandes. No resto do país o motor a diesel ainda terá vida longa”, afirma.