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BYD estreia no segmento de ônibus Midi com o novo chassi elétrico BC10LE

BYD lança no Brasil novo chassi elétrico BC10LE para ônibus Midi, voltado a linhas urbanas e operações em vias estreitas

Thiago Vinholes

24 de out, 2025 · 7 minutos de leitura.

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BC10LE é o primeiro chassi elétrico da BYD na categoria Mid
Crédito:BYD/Divulgação

A BYD acaba de lançar no Brasil o chassi elétrico BC10LE, seu primeiro modelo na categoria Midi. Com 10 metros de comprimento e piso baixo, o veículo é projetado para operações em linhas urbanas e ruas estreitas, atendendo à demanda por ônibus menores e eletrificados para integração em sistemas de transporte municipais.

Desenvolvido especificamente para o mercado brasileiro, o BC10LE chega ao País para preencher uma lacuna identificada pelos operadores locais. “Os operadores precisam de ônibus que conectem bairros e terminais. É um veículo que vai circular em ruas estreitas, mas também por avenidas movimentadas. O chassi Mid cumpre essa função e transporta mais passageiros”, explicou Marcello Schneider, diretor de veículos comerciais da BYD no Brasil, em entrevista ao Estradão.

A BYD produz o novo chassi em sua fábrica em Campinas (SP). “Baseado em nossas conversas e negociações com operadores, temos uma expectativa real de produzir, no mínimo, entre 500 e 600 carros do tipo para serem entregues em 2026”, revelou Schneider. Por enquanto, a montadora concluiu um modelo. “Ele vai ser encarroçado e vai passar por todos os testes que a legislação brasileira nos pede em relação à homologação a obtenção da para poder iniciar os emplacamentos.”

Componentes e funcionamento do BC10LE

O BC10LE utiliza a tecnologia de baterias Blade, já presente nos veículos de passeio e em outros chassis da BYD. De acordo com o diretor da empresa, as células em formato de lâmina tornam o conjunto da bateria mais leve e resistente. Essa configuração ainda permite integrar a bateria à estrutura do chassi. Além disso, com o design modular é possível substituir cada uma das lâminas em caso de avaria, o que simplifica a manutenção.

Conforme dados do fabricante, o chassi conta com dois motores elétricos de 150 kW (201 cv), um em cada eixo, que entregam torque combinado de até 122,36 mkgf. A suspensão é pneumática e ajustada para vias urbanas com desníveis. “Essa configuração eleva a altura do ônibus em 17 centímetros. Impede, por exemplo, que o veículo raspe no chão ao passar por valetas, seja na frente ou atrás”, explicou Schneider.


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A bateria Blade é como uma peça estrutural do chassi - BYD/Divulgação

O chassi possui um módulo central que integra seis funções. Ele gerencia a distribuição de energia dos motores, controla a direção, distribui o torque entre os eixos, regula o ar-condicionado e coordena o sistema de recarga. “Essa centralização aumenta a eficiência do veículo, facilita a manutenção e reduz o peso do chassi”, afirmou o executivo.

Com baterias de 300 kWh, o BC10LE alcança autonomia de cerca de 250 quilômetros por carga em operação urbana. O carregamento é realizado pelo padrão CCS Combo 2, com potência de até 160 kW, permitindo reposição em aproximadamente três horas, dependendo da infraestrutura de recarga. “A autonomia foi dimensionada para rotas de bairro e integração, garantindo operação contínua durante o turno sem necessidade de recarga intermediária”, disse Schneider.

TCO e sustentabilidade

A BYD projetou o novo chassi Midi para ter uma vida útil de até 15 anos, enquanto os ônibus urbanos a diesel geralmente operam de 7 a 10 anos. De acordo com o executivo, esse ganho vem principalmente da menor quantidade de peças móveis sujeitas a desgaste. “Um ônibus elétrico tem menos variáveis mecânicas, então o operador reduz paradas, alonga o ciclo e melhora o retorno sobre o investimento”, afirmou.

A montadora estima que cada ônibus elétrico pode deixar de emitir dezenas de toneladas de CO₂ por ano, além de reduzir poluentes locais como NOx e material particulado, diretamente ligados ao agravamento de doenças respiratórias em áreas urbanas densas. Para operadores sob metas municipais de descarbonização, essa redução entra no cálculo econômico tanto quanto o consumo de energia. “O benefício não é só ambiental. Ele afeta custo de saúde pública e qualidade de vida nos corredores onde o ônibus circula”, disse o executivo.


O chassi também foi desenvolvido para aceitar carrocerias de fabricantes nacionais, como Caio e Mascarello. “A proposta é entregar um produto de última geração que entra na operação sem exigir redesenho do sistema”, concluiu o diretor de veículos comerciais da BYD.

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