A Scania deu um passo histórico em sua trajetória de 134 anos ao inaugurar seu terceiro polo industrial global. A nova unidade fica em Rugao, na província de Jiangsu, na China. Conforme a empresa sueca, o investimento de € 2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) permitirá sua consolidação no maior mercado de caminhões do planeta. Assim, amplia sua capacidade de atender mercados em toda a Ásia.
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Conforme a empresa, o novo complexo ocupa uma área de 800 mil m² e tem capacidade licenciada para produzir 50 mil veículos por ano. Além disso, vai criar cerca de 3 mil empregos diretos, reforçando seu papel como uma das principais marcas do Grupo Traton.
Scania é a primeira marca ocidental com fábrica própria na China
Vale dizer que a Scania se tornou a primeira fabricante ocidental de veículos a obter licença total para operar uma planta 100% própria na China. De acordo com o presidente da Scania Industrial Operations Asia, Ruthger de Vries, a sustentabilidade é um dos pilares centrais do projeto.
“A sustentabilidade está presente em todas as etapas da nova fábrica", afirma o executivo. "Ou seja, desde a origem da energia até o tratamento de resíduos. Não se trata apenas de produzir caminhões, mas de estabelecer um novo padrão para operações industriais sustentáveis.”
A planta de Rugao foi projetada para operar quase totalmente com fontes renováveis de energia. Ou seja, incluindo biogás e eletricidade. Essas medidas contribuem diretamente para as metas de redução de emissões dos processos industriais da Scania.
Inovação e desenvolvimento
Seja como for, a Scania atua na China há 60 anos. Porém, a nova planta eleva a presença da empresa na China a outro patamar. Nesse sentido, a marca também implantou, em Rugao e Xangai, centros de pesquisa e desenvolvimento. Como resultado, isso permitirá a criação de soluções conjuntas com parceiros locais.
Conforme o presidente e CEO da Scania e do Grupo Traton, Christian Levin, a instalação em Rugao é mais do que uma fábrica de veículos. “Ao produzir e inovar localmente, podemos aproveitar a velocidade e a criatividade da China, fortalecer nossas competências globais e acelerar a transição para o transporte sustentável”, afirma.
Next Era é uma nova geração de caminhões
O novo polo industrial está inserido no chamado Sistema Modular Traton (TMS). Ou seja, trata-se de uma solução que possibilita adaptar produtos e tecnologias conforme as necessidades de cada mercado. Além disso, a Scania poderá implementar inovações desenvolvidas na China em outros países.

A Scania anunciou a produção de duas linhas de produtos para o mercado chinês. Uma é sua gama global de veículos. Conforme a empresa, esta é reconhecida pela robustez e ampla oferta de opções para vários tipos de aplicação. Ou seja, inclui cavalos-mecânicos e caminhões rígidos.
A outra é a Next Era, desenvolvida para atuar nas operações de transporte de longas distâncias e alto volume da China. Totalmente integrada aos sistemas digitais do país, essa gama é considerada pela marca como uma virada de página na sua estratégia comercial. “Com a Next Era, damos início a um novo capítulo da nossa atuação na China, combinando o DNA Scania com a velocidade e a competitividade locais”, diz Levin.
Produção começa ainda em 2025
Conforme a Scania, competir em um mercado altamente tecnológico e dinâmico como o chinês, que avança rapidamente em eletrificação e digitalização, é um grande desafio. “A China é o maior mercado de caminhões do mundo e um polo de inovação em transporte. Estar presente com produção local é essencial para acompanhar essa velocidade de evolução”, diz Levin.
Segundo a Scania, a produção de veículos na nova planta de Rugao começa ainda em 2025. Porém, o lançamento comercial da linha Next Era está programada para o primeiro semestre de 2026.