Um caminhoneiro teve a demissão por justa causa confirmada pela Justiça do Trabalho após publicar vídeos no TikTok mostrando manobras perigosas com o caminhão da empresa em que trabalhava. No vídeo, o motorista solta as mãos do volante, trafega em ziguezague e derrapa na pista.
- VEJA MAIS:
- Mercado de caminhões recua 20% em agosto, mas exportações triplicam
- Volvo FMX elétrico tem 666 cv de potência e 250 km de autonomia
- Venda de ônibus cai em agosto, mas mantém alta em 2025
De acordo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG), a conduta do caminhoneiro ultrapassou a esfera pessoal, prejudicando a confiança necessária na relação de emprego. Além disso, a Corte destacou que a associação da marca a comportamentos impróprios justifica a aplicação da penalidade máxima prevista em contrato de trabalho.
O processo analisou a demissão do caminhoneiro que recorreu da sentença inicial, já favorável à dispensa por justa causa. Em sua defesa, afirmou que apenas publicou o vídeo, negando estar ao volante no momento. A empresa, no entanto, contestou a versão e apresentou áudios em que o próprio caminhoneiro reconhecia a autoria do ato.
Justiça reforça responsabilidade do caminhoneiro
Segundo a advogada Silvia Monteiro, sócia da área trabalhista do Urbano Vitalino Advogados, a justa causa só deve ocorrer em situações de gravidade. De acordo com a jurista, o TRT-MG entendeu que houve quebra de confiança, "porque a exposição pública de condutas inadequadas em redes sociais afeta diretamente a imagem e a reputação da empresa".
Além disso, a advogada ressaltou que o caso serve como alerta para empregadores e empregados. As empresas, por exemplo, devem estabelecer políticas sobre o uso de redes sociais e promover treinamentos internos de compliance digital. Aos caminhoneiros, Silvia orienta ter consciência sobre o compartilhamento de conteúdos em contas pessoais, que podem gerar repercussões jurídicas sérias no ambiente de trabalho.