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Mesmo com queda nas vendas, CEO da Scania vê sinais positivos para 2025

Apesar da retração nos lucros da Scania, Christian Levin aposta na recuperação da demanda na Europa e no avanço da eletrificação

Andrea Ramos

12 de ago, 2025 · 6 minutos de leitura.

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Mesmo com queda nas vendas, CEO da Scania vê sinais positivos para 2025
Scania
Crédito:Fotos: Scania
Mesmo com queda nas vendas, CEO da Scania vê sinais positivos para 2025

As perspectivas da Scania para o segundo trimestre de 2025 foram impactadas por uma combinação de fatores econômicos e operacionais. Conforme a marca, a queda nas entregas de caminhões, sobretudo na América Latina, contribuiu para a retração dos números. No Brasil, por exemplo, o setor sofre com as altas taxas de juros, inflação persistente e aumento dos estoques nas concessionárias. Como resultado, houve queda acentuada na demanda. Seja como for, na Europa, o recuo foi mais moderado.

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Dessa forma, as vendas globais da Scania recuaram 10% no trimestre. Assim, somando 49,9 bilhões de coroas suecas (cerca de 4,46 bilhões de euros ou R$ 28,4 bilhões), ante 55,4 bilhões no mesmo período de 2024. Além disso, o lucro operacional ajustado caiu 44%, para 4,5 bilhões de coroas (aproximadamente 400 milhões de euros ou R$ 2,5 bilhões).

A empresa atribui o resultado a menores volumes de entrega, bem como variação cambial, mudanças no mix de mercado e custos ligados à operação na China. Como consequência, o retorno operacional sobre as vendas caiu para 9%. Ou seja, bem abaixo dos 14,5% do ano anterior.

Apesar disso, a receita de serviços cresceu 5% no semestre, em moeda constante, o que ajudou a atenuar os efeitos da queda nas vendas de veículos novos. “Esse segmento traz estabilidade e resiliência mesmo em tempos difíceis”, destaca o CEO da marca Christian Levin.


Pedidos crescem na Europa e compensam queda na América Latina

Embora a tendência de alta nos pedidos dos últimos trimestres tenha perdido força, a Scania ainda registrou aumento de 6% na entrada de pedidos, chegando a 20.393 caminhões no trimestre. A América Latina seguiu em queda, mas a demanda europeia surpreendeu positivamente.

Segundo Christian Levin, a Scania manteve 17,9% de participação de mercado na Europa, levemente abaixo dos 18,2% do ano passado. Mas ainda em um cenário de forte retração nos pesados.

Mesmo com queda nas vendas, CEO da Scania vê sinais positivos para 2025
Christian Levin, CEO da Scania, aposta na recuperação do mercado na Europa - Fotos: Scania

Produção será ajustada, mas flexibilidade garante resposta rápida

Para se adaptar ao cenário incerto, a Scania vai reduzir o ritmo de produção global no segundo semestre. Levin enfatiza que a flexibilidade do sistema de produção da marca permite acelerar operações rapidamente assim que a demanda mostrar sinais de recuperação. Além disso, a empresa já iniciou iniciativas de corte de custos de curto e longo prazos.

Outro pilar importante para a companhia tem sido os serviços financeiros. No primeiro semestre, o segmento cresceu 2%, com mais de um terço dos caminhões vendidos sendo financiados pela própria Scania. De acordo com Levin, essa estratégia fortalece a fidelização dos clientes e ainda sustenta a transição energética. “Esse suporte é fundamental para impulsionar soluções elétricas e autônomas”, afirma o CEO.


Apesar da crescente entrega de caminhões elétricos (BEV), a participação dos modelos a bateria ainda é baixa. No primeiro trimestre de 2025, apenas 1,5% das vendas de caminhões pesados na Europa foram elétricos. Com isso, os fabricantes correm o risco de não atingir as metas de redução de CO₂ até 2030, alerta Levin.

Todavia, mesmo diante de um cenário macroeconômico instável, Christian Levin se mostra confiante na capacidade da Scania de liderar o futuro do transporte. Para ele, a combinação entre resiliência nos serviços, fortalecimento do setor financeiro e avanço na eletrificação coloca a empresa em posição estratégica. “Estamos preparados para enfrentar os desafios e acelerar quando a recuperação chegar”, conclui.

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