A nova geração de caminhões elétricos pesados chegou para redefinir o transporte de longa distância. Com autonomia na faixa de 600 km, modelos da Iveco, Mercedes-Benz e Volvo já têm produção confirmada ou encomendas abertas na Europa. E prometem viabilizar a eletrificação no segmento mais desafiador para a mobilidade limpa.
Se antes os elétricos eram restritos às operações urbanas ou regionais, agora começam a conquistar o transporte rodoviário interestadual. Oferecendo desempenho, tempo de recarga competitivo e capacidade de carga compatível com caminhões a diesel.
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A seguir, conheça os destaques técnicos de cada modelo, suas vantagens e o que já se sabe sobre comercialização e operação no mercado externo. Por ora, o Brasil não está no foco desses modelos e tudo por causa da pouca infraestrutura de recarga.
Iveco S-eWay Artic: pioneirismo e a maior capacidade de bateria da categoria

A Iveco surpreendeu o mercado ao anunciar o novo S-eWay Artic. Ou seja, um caminhão elétrico para longas distâncias que alcança até 600 km de autonomia graças a um avançado sistema de baterias LFP de 603 kWh, com impressionantes 97% de energia utilizável.
Além disso, o modelo oferece uma garantia líder no setor: 10 anos ou 1,2 milhão de km. Assim, superando os concorrentes. A configuração 4x2 com eixo elétrico (eAxle) entrega 480 kW (652 cv) de potência contínua e suspensão pneumática integral, ideal para conforto em viagens prolongadas.
Além disso, outro diferencial está na cabine AeroCab, alongada e otimizada aerodinamicamente. Há ainda um pacote de serviços conectados e aplicativos para motoristas.
Mercedes-Benz eActros 600: alta eficiência e recarga ultrarrápida

A Mercedes-Benz elevou o padrão com o novo eActros 600, seu primeiro pesado elétrico para transporte rodoviário de longa distância. Com 500 km de autonomia e capacidade de ultrapassar 1.000 km por dia com recargas intermediárias, o caminhão traz 621 kWh de capacidade de bateria, distribuídos em três packs de 207 kWh.
Um dos pontos fortes do eActros 600 é o novo eixo elétrico com dois motores e transmissão de quatro marchas. Dessa forma, garante 400 kW (543 cv) de potência contínua e picos de 600 kW. O modelo também foi preparado para recarga Megawatt Charging System (MCS), que permitirá carregar de 20% a 80% em apenas 30 minutos.
Além disso, a cabine ProCabin foi redesenhada. Assim, reduzindo o coeficiente aerodinâmico e ajudando a ampliar a autonomia.
Volvo FH Aero Electric: a maior bateria e o maior PBTC do trio

A Volvo aposta forte no transporte elétrico de longa distância com o novo FH Aero Electric, que chegará ao mercado em 2026. Com 780 kWh de capacidade de bateria e autonomia de até 600 km, o modelo terá configuração 6x2, PBTC de até 48 toneladas e carregamento rápido MCS.
A novidade usa o eixo elétrico de nova geração, capaz de acomodar mais baterias e otimizar a distribuição de peso. O caminhão poderá carregar de 20% a 80% em 40 minutos, compatibilizando o tempo de carga com as pausas regulamentares dos motoristas.
Vale destacar que a Volvo já é líder global em caminhões elétricos. E oferece oito modelos elétricos em série, o que confere ao FH Aero Electric robustez e experiência operacional.
Seja como for, a eletromobilidade no transporte rodoviário pesado avança com velocidade inédita. Enquanto a Iveco entrega a maior garantia e autonomia, a Mercedes-Benz aposta na eficiência energética e recarga ultrarrápida. Todavia, a Volvo se destaca pela maior capacidade de bateria e PBTC mais elevado.
Assim, o segmento de longas distâncias elétricas ganha soluções reais, com desempenho e autonomia que aproximam as operações zero emissão da competitividade com o diesel a depender da operação e da infraestrutura.
Comparativo técnico dos caminhões elétricos pesados de longa distância
Modelo | Autonomia (km) | Capacidade de Bateria (kWh) | Potência Contínua (kW) | Tempo de Recarga (20–80%) | PBTC (t) |
IVECO S-eWay Artic | 600 | 603 | 480 | 60 min (350 kW DC) | 44 |
Mercedes eActros 600 | 500 | 621 | 400 (600 pico) | 30 min (1 MW MCS) | 44 |
Volvo FH Aero Electric | 600 | 780 | n/d | 40 min (1 MW MCS) | 48 |