Os roubos de carga realizados durante a noite quase triplicaram em dois anos no Brasil. No primeiro trimestre de 2025, essas ocorrências representaram 45,2% do total, ante 15,6% no mesmo período de 2023. Os dados são do relatório “Análise de Roubo de Cargas”, divulgado pela nstech, empresa especializada em tecnologia para o setor logístico.
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Além disso, o levantamento mostra que o Sudeste ainda concentra a maioria dos prejuízos, apesar da queda na participação regional. Em 2025, a região respondeu por 72% das perdas totais, contra 83,2% em 2023. No entanto, esse recuo aponta para uma maior dispersão dos crimes para outras áreas do país, como o Nordeste, que saltou de 7,5% para 20,3% no mesmo intervalo.
Roubos de carga à noite
De acordo com o relatório da nstech, em apenas dois anos, os roubos noturnos cresceram 29,6%, tornando esse o período mais crítico para o transporte de mercadorias. As quintas e segundas-feiras continuam como os dias mais perigosos, mas também houve avanço das ocorrências nas sextas e sábados. Por outro lado, o domingo registrou queda na sinistralidade, de 10,7% para 5,5%.
Enquanto isso, São Paulo e Rio de Janeiro seguem entre os estados mais afetados. Em 2025, SP respondeu por 36,7% dos prejuízos, apesar de apresentar redução de 9,8% em comparação ao ano anterior. O RJ, por sua vez, aumentou sua participação em 7,4% e passou a representar 25,4% das perdas nacionais. No mesmo ano, o Maranhão também chamou atenção, subindo de 0,9% para 11,3% no comparativo com 2023.
Cargas fracionadas e alimentos são os principais alvos
Mesmo com uma queda de 14,1% em relação a 2024, as cargas fracionadas ainda lideram o ranking de prejuízos, com 44,1% das ocorrências registradas no primeiro trimestre de 2025, segundo o estudo. O segmento permanece como alvo preferencial dos criminosos, especialmente em operações urbanas e no período noturno. Em seguida, aparecem os produtos alimentícios, com 36,6%, e os eletrônicos, que passaram de 4,5% para 8,1% em um ano.
Além disso, as áreas urbanas continuam concentrando os ataques, embora tenham registrado redução: passaram de 39,9% em 2024 para 29,1% em 2025. Nas rodovias, a BR-316 lidera com 11,3% das ocorrências, sendo alvo de ataques a cargas de eletrônicos, produtos de higiene e até defensivos agrícolas. A BR-116, tradicionalmente crítica, ficou em segundo lugar com 8,3%, ligeiramente abaixo do número do ano anterior.