Notícias

Roubos de carga à noite quase triplicam em dois anos

Estudo revela que os roubos de carga à noite passaram de 15,6% para 45,2% entre 2023 e 2025, com concentração de ocorrências no Sudeste

Thiago Vinholes

02 de jun, 2025 · 4 minutos de leitura.

Publicidade

roubos de carga, implemento, randon, nstech
Cargas de alimentos e eletrônicos são as mais visadas pelos criminosos
Crédito:Randon/Divulgação

Os roubos de carga realizados durante a noite quase triplicaram em dois anos no Brasil. No primeiro trimestre de 2025, essas ocorrências representaram 45,2% do total, ante 15,6% no mesmo período de 2023. Os dados são do relatório “Análise de Roubo de Cargas”, divulgado pela nstech, empresa especializada em tecnologia para o setor logístico.

Além disso, o levantamento mostra que o Sudeste ainda concentra a maioria dos prejuízos, apesar da queda na participação regional. Em 2025, a região respondeu por 72% das perdas totais, contra 83,2% em 2023. No entanto, esse recuo aponta para uma maior dispersão dos crimes para outras áreas do país, como o Nordeste, que saltou de 7,5% para 20,3% no mesmo intervalo.

Roubos de carga à noite

De acordo com o relatório da nstech, em apenas dois anos, os roubos noturnos cresceram 29,6%, tornando esse o período mais crítico para o transporte de mercadorias. As quintas e segundas-feiras continuam como os dias mais perigosos, mas também houve avanço das ocorrências nas sextas e sábados. Por outro lado, o domingo registrou queda na sinistralidade, de 10,7% para 5,5%.

Enquanto isso, São Paulo e Rio de Janeiro seguem entre os estados mais afetados. Em 2025, SP respondeu por 36,7% dos prejuízos, apesar de apresentar redução de 9,8% em comparação ao ano anterior. O RJ, por sua vez, aumentou sua participação em 7,4% e passou a representar 25,4% das perdas nacionais. No mesmo ano, o Maranhão também chamou atenção, subindo de 0,9% para 11,3% no comparativo com 2023.

Cargas fracionadas e alimentos são os principais alvos

Mesmo com uma queda de 14,1% em relação a 2024, as cargas fracionadas ainda lideram o ranking de prejuízos, com 44,1% das ocorrências registradas no primeiro trimestre de 2025, segundo o estudo. O segmento permanece como alvo preferencial dos criminosos, especialmente em operações urbanas e no período noturno. Em seguida, aparecem os produtos alimentícios, com 36,6%, e os eletrônicos, que passaram de 4,5% para 8,1% em um ano.


Além disso, as áreas urbanas continuam concentrando os ataques, embora tenham registrado redução: passaram de 39,9% em 2024 para 29,1% em 2025. Nas rodovias, a BR-316 lidera com 11,3% das ocorrências, sendo alvo de ataques a cargas de eletrônicos, produtos de higiene e até defensivos agrícolas. A BR-116, tradicionalmente crítica, ficou em segundo lugar com 8,3%, ligeiramente abaixo do número do ano anterior.

Siga o Estradão no Instagram!

Deixe sua opinião