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Mais de 100 caminhões a hidrogênio da Nikola vão a leilão após colapso da empresa

Venda inclui mais de 100 veículos prontos, equipamentos de reabastecimento e componentes ligados à tecnologia de hidrogênio

Thiago Vinholes

25 de mai, 2025 · 5 minutos de leitura.

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Nikola, caminhão a hidrogênio,
Caminhão a hidrogênio da Nikola somou cerca de 100 unidades produzidas
Crédito:Nikola/Divulgação

A Nikola começou a se desfazer dos últimos ativos ligados à sua aposta no hidrogênio. Após o pedido de falência em fevereiro, os caminhões movidos por células de combustível produzidos pela empresa entraram oficialmente no mercado por meio da casa de leilões Gordon Brothers. O acordo, aprovado no tribunal de falências de Delaware, envolve cerca de US$ 114 milhões em veículos e componentes.

A Gordon Brothers divulgou um informe detalhando os itens disponíveis. Entre os destaques, estão 103 caminhões prontos para operação, além de baterias, pneus, subconjuntos e peças sobressalentes. Além disso, o pacote inclui equipamentos de armazenamento, abastecimento e teste de hidrogênio, alguns ainda novos ou nunca usados.

Enquanto tenta atrair compradores, a casa de leilões assume a tarefa de liquidar os últimos ativos da Nikola. A movimentação marca mais uma etapa no encerramento das atividades da fabricante de caminhões a hidrogênio, que nos últimos anos enfrentou dificuldades operacionais e financeiras, além de controvérsias com seus fundadores.

Venda ocorre semanas após fábrica ser adquirida pela Lucid

Recentemente, a sede e a fábrica da Nikola no Arizona foram vendidas para a Lucid Motors, fabricante norte-americana de carro elétricos. A transação, avaliada em US$ 30 milhões, também envolveu a contratação de cerca de 300 funcionários da ex-fabricante de caminhões.

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A Nikola encerrou as atividades em fevereiro deste ano - Gordon Brothers/Divulgação

A venda da frota de caminhões a hidrogênio, por outro lado, ocorre num cenário menos otimista. Apesar de promissora em termos ambientais, a tecnologia enfrenta barreiras para se consolidar no transporte pesado. A escassez de infraestrutura, o custo elevado e a baixa competitividade frente a outras alternativas dificultam sua adoção.

Além disso, o hidrogênio como fonte de energia perdeu apoio político nos Estados Unidos. Parlamentares republicanos trabalham para reverter os subsídios aprovados durante o governo Biden. A medida faz parte de um esforço maior para desmontar políticas ambientais da gestão anterior, o que cria um ambiente ainda mais desafiador para empresas que apostam nas células de combustível.

Leilão reflete os entraves da adoção do hidrogênio

Mesmo com os avanços técnicos e o apelo ambiental, o mercado de caminhões movidos a hidrogênio ainda não decolou. O setor apontou a Nikola como um dos nomes promissores na transição energética, mas problemas internos e falta de escala sufocaram a empresa.

Ainda assim, a casa de leilões vê uma oportunidade de negociar os ativos com empresas interessadas em tecnologia ou revenda. Além disso, compradores com demanda específica podem reaproveitar alguns componentes e veículos em outras aplicações ou projetos-piloto.

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