O mercado de caminhões fora de estrada vive um novo momento no Brasil. E quem vem ditando o ritmo é o Scania 560 G Super XT. O modelo, lançado no final de 2023 e que começou a ganhar tração em vendas durante 2024, já ocupa o posto de caminhão off-road mais emplacado no País no primeiro quadrimestre deste ano.
A força do 560 G reflete principalmente em dois setores estratégicos. O da cana-de-açúcar e mineração. Com versões 6x4 e 8x4, o modelo tornou-se referência por unir desempenho, robustez e tecnologia embarcada. Ou seja, resultado da nova plataforma Super da Scania, que trouxe ganhos significativos de performance e economia.
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Caminhão campeão: onde ele está e por quê
A explicação para o sucesso do Scania 560 G Super XT começa pelo setor canavieiro, com tração 6x4, responsável por cerca de 60% das vendas do modelo atualmente. Tradicionalmente, o período de entressafra — entre novembro e abril — concentra a maior parte dos emplacamentos. Isso porque as usinas aproveitam para renovar suas frotas antes do início da safra. E, que, este ano, atrasou levemente devido às queimadas no ciclo anterior.
Seja como for, no setor de mineração, o caminhão aparece em configuração rígida 8x4. Embora o mercado tenha começado a absorver o modelo apenas no final de 2023, as vendas dispararam em 2024, refletindo o aquecimento contínuo do setor.
Dessa forma, atualmente, as vendas do 560 G se dividem em 60% para cana-de-açúcar e 40% para mineração. E de janeiro a abril, a marca emplacou 600 unidades do caminhão. Porém, se adicionar a versão 10x4 do 560 G destinado à operação de mineração pesada, os dados aumentar para mais de 700 unidades.
Seja como for, o gerente de soluções off-road da Scania, Luciano Piccirillo diz que a tendência, é que esse mix se estabilize até o final do ano. Ou seja, fechando em 50% as vendas para cada setor.
Ainda conforme o executivo, a expectativa para 2025 é de manutenção dos volumes na mineração. E possivelmente uma leve retração para o segmento de cana-de-açúcar, devido às perdas de produção previstas para este ano.
Diferenciais técnicos que conquistaram o setor
Equipado com o motor DC13 173 de 13 litros, o caminhão entrega 560 cv de potência e um torque de 285,7 mkgf entre 900 e 1.400 rpm. Essa configuração garante desempenho superior mesmo nas operações mais severas, com economia de combustível de até 8% em comparação com modelos anteriores.
Todavia, Piccirillo explica, que já há clientes apresentando médias 15% inferiores de consumo de diesel com o modelo. Ainda, sobre economia, o intervalo de manutenção foi ampliado de 500 para 750 horas. Assim, elevando a disponibilidade operacional.

Combinado à transmissão automatizada Opticruise G33CH de 14 marchas à frente e 4 à ré, o caminhão conta com uma nova caixa mais leve. E para dar conta do recado nos terrenos fora-de-estrada, a estrutura reforçada é outro ponto forte.
Ou seja, conta com chassi de longarinas com 9,5 mm de espessura e reforço adicional de 8,0 mm assegura resistência superior para cargas extremas. O modelo suporta um peso bruto total (PBT) técnico de 60.000 kg e oferece uma capacidade máxima de tração (CMT) de 210.000 kg.
Ademais, a suspensão dianteira é composta por molas parabólicas 5x27 e a traseira utiliza molas trapezoidais 8x30/100. Ambas equipadas com barras estabilizadoras, garantindo estabilidade e conforto mesmo em terrenos severos. Além disso, o terceiro eixo direcional conta com suspensão mista de mola e ar, oferecendo maior suavidade na operação.
O crescimento do 10x4 e a estratégia de cabine
A Scania também reposicionou o modelo 10x4 Super XT no mercado, focado em mineração pesada. Dessa forma, o modelo conta com capacidade para 70 toneladas. Lançado na nova plataforma no final de 2024, o modelo agora utiliza a cabine G, mais acessível e competitiva que a anterior R com motor V8.
O 10x4 concorre com os veículos da linha amarela de entrada, oferecendo maior conforto, velocidade média quase dobrada (até 60 km/h). Além do menor consumo em relação às opções tradicionais de até 100 toneladas.
Preço versus TCO: a conta que fecha
Apesar de ter um valor de aquisição superior aos concorrentes, o 560 G Super XT justifica o investimento pelo menor custo total de operação (TCO). Clientes desses segmentos são extremamente atentos a essa conta, que inclui consumo, manutenção, disponibilidade e valor residual. E é nesse cenário que o Scania vem se consolidando.