As sucessivas altas da taxa básica de juros (Selic), que passou a 14,75% ao ano na quarta-feira (7), já afeta a produção de caminhões no Brasil. Conforme as fabricantes, pro causa dos altos estoques devido à queda da demanda, haverá redução da produção. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (8), pelo vice-presidente por Alexandre Parker, vice-presidente da Anfavea.
Conforme o representante da associação das montadoras, já há sinais claros de retração. Ou seja, em abril a produção de caminhões recuou 6% em relação aos números de março. Em outras palavras, no mês passado as fabricantes produziram 11 mil unidades, ante 11,7 mil em março. Houve queda também na comparação com abril de 2024, de 5,5%.
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Todavia, no acumulado de 2025 houve crescimento da produção. De acordo com a Anfavea, de janeiro a abril a produção soma 42,8 mil unidades, ante 41 mil registradas no mesmo período de 2024. Assim, a direção da Anfavea revela preocupação, mas prefere manter a cautela. "Ainda não é momento de rever as projeções", diz o presidente da Anfavea, Igor Clavet.
Programa Caminho da Escola impulsiona produção de ônibus
De acordo com ele, é preciso observar e acompanhar o mercado. "Vamos esperar mais um trimestre para entender melhor esse movimento. Mas é certo que as altas taxas de juros já impactam o mercado de caminhões”, afirma Calvet.

Diferentemente do segmento de caminhões, o de ônibus está aquecido. De acordo com Parker, houve alta de 8% na produção no primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período de 2024. Vale lembrar que o bom desempenho é impulsionado sobretudo pelo programa Caminho da Escola.
Como resultado, de janeiro a abril foram produzidos 10.046 ônibus no Brasil, ante os 9.298 feitos em igual intervalo de 2024. Entretanto, os 2.874 chassis de ônibus fabricados em abril representam queda de 0,2% em relação a março, com 2.881 unidades. Contudo, na comparação com abril de 2024, quando foram feitos 2.808 ônibus, houve alta de 2,4%.
Atualizada em 8/5/2025 às 15h54