Diferentemente do automóvel que geralmente é eleito por sua aparência, o design do caminhão pouco importa na hora da compra. O que interessa ao cliente é sua capacidade técnica, diferencial tecnológico que ajude na segurança e na redução do consumo de combustível. E claro que nesse quesito, o design faz a diferença.
Há marcas que renovam seus produtos a cada uma década ou até mais. E ainda há aquelas fabricantes que fazem poucas mudanças estéticas. O mais comum é alguma alteração no desenho do conjunto ótico ou na grade, por exemplo.
A mais importante mudança estética pela qual os caminhões passaram foi quando, nos anos 1990, eles deixaram de ser bicudos para se tornarem cara-chatas, com intuito de aumentar a capacidade carga.
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Na lista a seguir você confere os modelos que mais mudaram o visual, sem muito alterar a nomenclatura ou capacidades técnicas. Por outro lado, além da aparência, esses caminhões ganharam muita tecnologia. Na lista tem autônomo como o Volvo FH, ainda na Europa, ou o que dispensa o retrovisor, dando lugar às câmeras, como o Mercedes-Benz Actros que acaba de chegar ao Brasil. A VWCO também lança este ano o Delivery elétrico por aqui.
Iveco Daily
O Iveco Daily atende ao segmento de semileves e leves há pelo menos duas décadas no Brasil. Teve rápida passagem por aqui em meados dos anos 1980. Mas com produção nacional foi em 2000 que tudo começou – neste mesmo ano foi inaugurada a fábrica de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
Os modelos produzidos eram os chassis-cabines e furgões com PBT de 3 t a 6,2 t e de capacidade volumétrica entre 12,3 e 15,4 m³. Os motores 2.8 tinham potências entre 105 cv e 122 cv e a transmissão era manual de 5 marchas. A tração dos veículos era traseira e eles eram equipados com freios a disco nas quatro rodas.
A nova linha Daily chega este ano ao mercado e com a estética parecida aos veículos da marca na Europa. Serão mais de 30 configurações entre chassi –cabine nas versões simples ou dupla, furgão e van.
O novo desenho deixou o caminhão com aparência mais robusta graças à grade frontal destacada em preto. Mas a ideia foi favorecer a aerodinâmica.
A nova geração do Iveco Daily conta com motor com potência a partir de 146 cv a 170 cv e câmbio manual de 6 marchas. A tração traseira foi mantida e as capacidades partem de 3,5 t até 7 t de PBT.
Iveco Tector
Em 2005, a Iveco apresentou durante a Fenatran a gama de caminhões semipesados Eurocargo. Os modelos eram equipados com motores de 6 cilindros em linha, com potências que partiam de 210 cv a 240 cv. No que se refere ao design era tudo bem simples, ainda mais se comparar a modelos do segmento que já existiam como Volvo VM e o Constellation de 24 t.
Fato é que anos mais tarde o caminhão evoluiu, ganhou o nome Tector e em 2019, chegou totalmente renovado e com a aparência dos irmãos Europeus. Além do novo visual, os igualando aos que rodam na Europa, os Tector chegaram com novas versões, estreando nos segmentos de leves e médios.
São caminhões que partem das 9 t chegando a 31 t de PBT, com motores de 190 cv a 300 cv.
Mercedes Benz Sprinter
A Mercedes-Benz começou as vendas da Sprinter no Brasil em 1997. Na época introduziu um novo segmento com tecnologias de segurança como freios a disco e sistema ABS.
Atualmente, a família Sprinter é composta por versões chassi-cabine, furgão e van com os 314 CDI Street com PBT de (3,5 t), 416 CDI (3,88 t) e 516 CDI (5 t). A lista de equipamentos é extensa para um veículo da categoria. Airbag para o motorista, ar-condicionado digital, farol de neblina, volante com ajuste de altura e profundidade, radio com CD compatível com MP3 e ESP adaptativo. É a única de seu segmento com direção elétrica de série.
Mas muito mais do que a tecnologia, o desenho evoluiu, ganhou formas mais arredondadas e modernas, lhe entregando mais do que beleza, mas também robustez e o mesmo nível de conforto e tecnologias das versões europeias.
Na Alemanha foi lançada a Sprinter elétrica no final do ano passado. Por aqui, a Mercedes não destarta a hipótese de trazê-la.
Mercedes-Benz Actros
A evolução do design do caminhão rendeu no Actros sem retrovisor
O Actros chegou ao Brasil em 2010, ainda importado da Alemanha. As versões que estreavam aqui é a mesma que se mantém até hoje, mesmo com a recente chegada da nova geração. São o trucado 2546 e o traçado 2646, que o motor Euro 5 se mantiveram com a potência de 460 cv, ao contrário do Actros 2655, também traçado, que deixou de existir com motor V6 Euro 3, ganhando a versão 2651 com motor de 6 cilindros em linha.
Agora esses modelos se juntam com a nova geração, que ganhou desenho mais moderno. Isso significa que o cliente terá a opção de comprar modelos com design da geração anterior ou os novos Actros 2045 com motor de 450 cv, 2548, 2648 com motores de 480 cv, 2553 e 2653 com motores de potência de 530 cv.
O Actros é o caminhão que em pouco tempo passou por inúmeras melhorias. Deixou de usar freio a disco e redutor nos cubos de roda, rendendo em melhor consumo de combustível e na manutenção mais barata.
Com relação à tecnologia, a Mercedes-Benz é a primeira a oferecer de série a partir de 2020 o pacote de segurança ativa que reúne sensor de proximidade, faixa de rolagem, sistema de partida em rampa e sensor de chuva. A cabine também elevou o Actros em relação aos demais caminhões. Mais moderna, o painel de instrumentos conta com duas telas que remetem a de um tablet.
Sobre o design, o modelo é o que mais mudou a fachada se comparar ao primeiro Actros dos anos 1990. Destaque para o desenho e o conjunto ótico arredondados. A nova geração ainda tem a opção de dispensar o retrovisor, dando lugar às câmeras – item que, além de compor o design, chegou para não comprometer a aerodinâmica.
Scania R
A Série 4 da Scania foi sucessora da famosa Série 3 que emplacou sucessos como o bicuto T 113. Mais moderna, ela foi lançada o no Brasil em fevereiro de 1998, dois anos após estrearem na Europa.
Para a chegada dos caminhões, a fabricante mudou a forma de fabricação com a introdução do Sistema de Produção Modular Scania. Esse sistema é capaz de empregar uma variedade de componentes em diversas combinações e versões de caminhões, atendendo a necessidade do cliente.
Nesse período, a cabine com nomenclatura R cara-chata ganhava mais a preferência dos clientes. Um modelo bastante popular na época foi o R 124.
O reinado da Série 4 teve fim em 2007, quando o Brasil recebeu as novas cabines P, G e R – esta, protagonizando as vendas de caminhões da marca e tornando-se expressiva entre os caminhões pesados. A mudança revelou também um novo fenômeno de vendas da Scania, o R 440, que foi o caminhão que mais colaborou para que a linha R tomasse da Série 3 o posto de mais vendida da marca no Brasil. Mais estilosa que a Série 3, a Série 4 deixou saudades entre os scaneiros.
Volvo FH
O ano era 1993 e a Volvo trazia para o Brasil o pesado FH com cabine cara-chata. O modelo ia na contramão da preferência dos caminhoneiros, que eram os caminhões bicudos.
Na época de seu lançamento era dotado de motor de 12,1 litros com um único cabeçote de quatro válvulas por cilindro. A tecnologia inovadora do FH era o freio-motor por descompressão denominado VEB (Volvo Engine Brake). O motor de 380 cv era combinado ao câmbio manual de 14 velocidades, sendo duas extrarreduzidas.
Dessas tecnologias, o FH foi evoluindo, chegando em 2003 com a transmissão I-Shift como item opcional, motor de 13 litros, freios ABS e tecnologias de segurança ativa.
Hoje, 26 anos mais tarde, o FH é o caminhão que reúne muita tecnologia em prol da redução de consumo, como o I-See sistema que faz a leitura das estradas para que, na segunda viagem que o caminhão fizer pelo mesmo trecho, o motorista trafegue poupando combustível.
A chegada do FH foi definitiva para a padronização da cabine frontal nas rodovias. E o seu design também colaborou para a redução do consumo e a melhor performance do veículo na rodovia.
Volkswagen Delivery
A primeira geração de caminhões Delivery foi lançada em 2005, porém com um design inspirado no chamado VW 6.80 que fez muito sucesso nos anos 1980. Fato é que mesmo nada moderna, era uma gama conhecida pela valentia, atendendo com louvor as operações de transporte urbano. Seus maiores predicados eram robustez e a manutenção barata.
O pouco rebuscamento também rendeu ao modelo um valor bastante convidativo. Não por acaso em 2017, último ano dessa geração, a VWCO comemorava a marca de 100 mil unidades produzidas desde seu lançamento.
Composta pelos modelos de 5 t a 13 t de PBT, a linha estava no topo de vendas, quando a VWCO, ainda em 2017, surpreendeu e lançou uma nova geração, totalmente diferente tecnicamente e com relação ao design. Mais moderna e com pacotes de acabamento para todas as necessidades, a família ainda ganhou uma versão de 3,5 t de PBT com o Express – que inaugura um novo segmento: o de veículos semileves produzidos em plataforma de caminhão, rendendo mais robustez, sobretudo para quem transporte volume.
A família se completa com modelos de maiores capacidades de carga em relação aos antecessores com o 4.150, 6.160 e 13.180 e é, atualmente, comercializada em 10 mercados. E como a família herda a mesma valentia de seus antecessores, segue no bom ritmo de vendas.
Este ano, ainda no primeiro semestre, a VWCO promete o lançamento do 13.180 totalmente elétrico.