O hexatrem, composição com seis semirreboques e capacidade para até 200 toneladas de carga já opera no Brasil. Comum na Austrália, esse sistema está sendo utilizado nas fazendas de eucalipto da Suzano, uma das maiores fabricantes de papel e celulose do mundo.
Na nova operação a empresa utiliza modelos Volvo FMX. O cavalo-mecânico tem motor D13 de seis-cilindros em linha. A potência é de 540 cv e torque de 265 mkgf entre 1.050 e 1.450 rpm.
O câmbio é automatizado I-Shift de 14 velocidades, sendo duas super-reduzidas. As marchas adicionais facilitam o arranque de composições pesadas em condições severas de piso e rampa.
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Hexatrem opera em ambiente fechado
Os 19 hexatrens trafegam dentro das fazendas da Suzano em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. A legislação brasileira proíbe a circulação em rodovias de composições com mais de 74 toneladas de Peso Bruto Total Combinado (PBTC). Conforme o local, é necessária também uma Autorização Especial de Trânsito (AET).
Em meados de 2016, o Contran chegou a editar uma uma resolução (663/17) que previa a liberação de composições com e até 91 toneladas de PBCT. A norma, que atendia uma solicitação do setor sucroalcooleiro, não vingou por causa do risco à segurança e do comprometimento do pavimento das rodovias.
Os caminhões FMX foram dimensionados para tracionar às 200 t
Hexatrem passa de 50 metros
Para puxar a composição com seis semirreboques com 52 metros de comprimento, o chassi dos Volvo FMX foi reforçado. Além disso, o caminhão ganhou longarina dupla, eixo traseiro com redução nos cubos, carcaça de eixo fundida e eixo cardã mais resistente.
Com isso, o cavalo-mecânico passa a ter CMT de até 200 t. Na prática, são 70 t a mais que a capacidade do Volvo FMX convencional.
“Antes a operação era feita com pentatrem, que transportava 79% mais toras de eucalipto que a tritren. Com o hexatrem, houve ganho de produtividade de 127% em relação ao tritrem e de 27% ante o pentatrem”, diz Alcides Cavalcanti, diretor Comercial de caminhões da Volvo.
Mais eficiência
A chegada dos 19 hexatrens da Volvo à frota da Suzano permitiu o fim da operação de 35 tritrens. Com isso, a empresa reduziu custos e obteve ganhos operacionais e ambientais. Como há menos caminhões rodando, os custos operacionais são menores, assim como as emissões de poluentes.
Gerente de Logística e PCP (Planejamento, Controle e Produção) Florestal da Suzano no Mato Grosso do Sul, Alan Brehmer diz que a Volvo foi a única empresa que se dispôs a desenvolver uma opção customizada.
“Em poucos meses de testes já é possível dizer que o FMX está preparado para o off-road. Os motoristas elogiam. É um caminhão de fácil dirigibilidade”, diz Brehmer.
Gerente de engenharia de vendas da Volvo, Jeseniel Valério diz que o FMX é um dos modelos mais vendidos para aplicações canavieira, florestal e de mineração. O cavalo-mecânico responde por cerca de 10% das vendas anuais de pesados da marca sueca no mercado brasileiro.
Conforto de caminhão rodoviário
O Volvo FMX foi criado para operações no fora-de-estrada. A bordo, o cavalo-mecânico entrega o conforto e o espaço de um caminhão rodoviário.
A suspensão é pneumática e pode ser ajustada eletronicamente por meio de um controle dentro da cabine. Entre os itens de conforto oferecidos pela marca estão ar-condicionado, trio elétrico e teto com escotilha.
Outro destaque é o controlador automático de velocidade de cruzeiro (piloto automático. Também facilitam a vida do motorista o computador de bordo e o rádio com comandos no volante.
Fáceis de limpar, os bancos são revestidos de courvin e têm detalhes na cor vermelha. Outro item que facilita a tarefa de mantar a cabine limpa são os tapetes de borracha oferecidos pela Volvo.